Empresário do Citibank acusa Dantas de fraude

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos ouviu ontem, por cinco horas e meia, o depoimento de dois representantes do Citibank no Brasil, Gustavo Marin, presidente da instituição no país, e Sérgio Spinelli Silva Júnior, procurador legal do Citigroup. Eles negaram que as empresas tenham feito qualquer financiamento para campanhas políticas e explicaram as razões que levaram o Citibank a afastar Daniel Dantas do comando do fundo CVC.

Recentemente os fundos de pensão ganharam na Justiça, junto com o Citibank, o direito de exercer o controle administrativo da Brasil Telecom numa disputa jurídica com o Banco Opportunity. Mesmo sem a maioria das ações da empresa, o banco Opportunity, de propriedade de Daniel Dantas, detinha o controle da Brasil Telecom, operadora de telefonia fixa de parte das regiões Norte, Sul e Centro-Oeste do país. Por acordos firmados, na época da privatização da Telebrás, em 1997, o banco comandava o fundo Opportunity Zain Participações. Os acordos permitiam que Dantas controlasse duas partes do fundo Zain: CVC Nacional (em que os fundos de pensão cediam o controle ao Opportunity); e CVC Estrangeiro, em que a direção foi cedida pelo Citibank.

O presidente do banco, Gustavo Marin, disse que contratos capitaneados por Daniel Dantas foram revistos e descobriu-se a realização de negócios que não interessavam ao Citi como acionista. Segundo Spinelli, o banqueiro foi afastado por justa causa do comando do fundo e está sendo processado numa corte de Nova York. "Uma análise profunda dos contratos e da atuação do banqueiro enquanto gestor do fundo CVC identificou que o banco Opportunity, na qualidade de gestor do Opportunity Zain e do Fundo CVC, cometeu violações de contratos, quebra de dever fiduciário, fraude, má conduta profissional e enriquecimento sem causa", disse.

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