Embraer aguarda fim do impasse sobre venda de aviões

O diretor-presidente da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), Maurício Botelho, afirmou ontem que não vai ser o Brasil ou a empresa que vai resolver o impasse sobre o veto dos EUA com relação à venda de aviões militares nacionais para a Venezuela. Segundo ele, a questão será solucionada entre os governos norte-americano e venezuelano. ?Na há uma posição dos EUA contra o Brasil ou a Embraer?, disse.

Botelho afirmou acreditar em uma solução para o caso, principalmente porque as aeronaves em questão não têm fins de guerra. ?O avião de que estamos falando não é de agressão. É de fazer valer a lei, voltado para missões contra tráfico de drogas e de armas. Como o combate a esses crimes não preocupa só a Venezuela, isso nos anima a achar que haverá uma solução para o negócio.?

A venda de 24 aviões Tucano da Embraer foi vetada pelo governo norte-americano, que alegou que o negócio poderia desestabilizar a América Latina, fazendo referência a uma possível estratégia armamentista da Venezuela. Como essas aeronaves brasileiras têm componentes eletrônicos com tecnologia dos Estados Unidos, a comercialização dos aviões precisa ser liberada pelos departamentos de Comércio ou de Estado norte-americanos.

O presidente da Embraer descartou ainda a possibilidade de adquirir esses componentes em outros países. ?Isso envolveria questões maiores e um novo projeto do sistema, que requer grande investimento, tempo longo e que talvez não se pague numa encomenda desse tipo.? A venda dos 24 aviões de fabricação brasileira para a Venezuela envolve negócio de valor abaixo de US$ 200 milhões, segundo Botelho.

Quinta-feira, em encontro em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, que o governo brasileiro está negociando com os Estados Unidos a liberação da venda dos aviões. 

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