Em crise no PFL, senador pode ir para PP

Brasília (AE) – Aliados e adversários do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) já não têm mais dúvidas que sua relação com o PFL é irreconciliável e sua permanência na legenda é uma questão de tempo. A aposta mais forte é de que o senador baiano e seu grupo desembarquem no PP ainda este ano. Com isso, Antônio Carlos cria o cenário perfeito para cumprir seu objetivo, que é a criação de uma relação estável com o governo federal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revitalizando seu poder político regional.

A eventual mudança de ACM para o PP não ocorrerá apenas pelo fato de o senador ser minoritário na executiva nacional pefelista, encarregada de julgar seu pedido de expulsão por desobedecer a orientação partidária de fazer oposição ao governo federal. Além de o PP baiano ser um espaço aberto a ele e seu grupo, pesa sobretudo o fato de o atual presidente do partido, deputado Pedro Corrêa (PE), estar enfraquecido por denúncias de envolvimento em contrabando, da CPI da pirataria.

Como a liderança de seu desafeto pepista e candidato a prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, também está em baixa, ACM teria condições de chegar na nova legenda com status de chefe político.

Aliados tentam evitar expulsão

Brasília – Senadores do PFL reuniram-se na noite de ontem em um restaurante em Brasília e decidiram buscar minimizar o processo de expulsão do senador Antônio Carlos Magalhães (BA) do partido e tentar uma reconciliação entre ACM e o presidente da legenda, senador Jorge Bornhausen (SC).

PFL quer “harmonizar” e encontrar a “unidade” e um “caminho”, segundo um senador pefelista. Participaram do encontro Bornhausen, o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), os senadores Paulo Octávio (DF), Demóstenes Torres (GO), o líder na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), entre outros.

Caberá ao senador José Jorge (PE) a incumbência de mediar as conversas e apaziguar os ânimos dentro da legenda, rachada após o jantar realizado na noite de segunda-feira entre seis senadores pefelistas e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O processo de expulsão de ACM do PFL foi aberto a pedido do deputado Ônyx Lorenzoni (RS), candidato a prefeito de Porto Alegre. Para um senador da bancada nordestina, o episódio serviu apenas para “rachar” o partido. O deputado Lorenzoni, aliás, virou motivo de piadas entre os próprios pefelistas. “Quem sabe com isso ele ganha mais alguns votos”, brincou um senador do partido.

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