Diretor do Inep relatou à PF mudança de logística no Enem

Em depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o vazamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o diretor de avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) Heliton Ribeiro Tavares disse que sabia da mudança de logística feita pelo consórcio em São Paulo para a impressão e distribuição da prova. Em nota enviada ontem ao jornal O Estado de S. Paulo, Tavares afirma que limitou-se “a transmitir informações e argumentos repassados pelo consórcio Connasel”, responsável pela organização do exame. “A diretoria responsável pelo Enem não recebeu do consórcio nenhuma comunicação sobre a mudança do plano logístico”, afirmou.

Na quarta-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou na Câmara e no Senado que os cadernos de questão tinham sido manuseados em São Paulo sem o aval do governo. Segundo ele, o consórcio teria decidido sozinho remontar os pacotes de exames na cidade em vez de enviá-los ao Rio de Janeiro, como previa o plano logístico. Haddad disse que até aquele momento não havia sido encontrada nenhuma comunicação oficial ao Inep sobre a mudança de logística.

O Enem acabou sendo furtado na sala de montagem em São Paulo, na gráfica Plural. O exame foi cancelado após Felipe Pradella e Gregory Camillo tentarem vender a prova ao jornal O Estado de S. Paulo, que avisou o Ministério da Educação (MEC). O depoimento foi dado em 2 de outubro, um dia após o cancelamento. Até então, não se sabia que o exame havia vazado da gráfica onde era impresso. Tavares é diretor de avaliação da educação básica do Inep, órgão do MEC. É o terceiro na hierarquia quando se trata do Enem – o primeiro é o ministro e o segundo é o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes.

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