Dirceu depõe e desmente Jefferson

Brasília – Durante os 40 minutos em que prestou depoimento à comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara, o deputado José Dirceu (PT-SP) negou ontem participação no suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares da base aliada e afirmou que a primeira vez em que ouviu falar do mensalão foi em setembro de 2004, quando o Jornal do Brasil publicou uma entrevista em que o deputado Miro Teixeira (PT-RJ) falava do assunto.

A confirmação de que realmente mantinha contatos com o empresário Marcos Valério foi o único momento tenso do depoimento em sessão secreta da comissão da Câmara que investiga o mensalão. Dirceu confirmou que conhece o publicitário Marcos Valério de Souza: "Confirmo, mas me coloco no direito de me posicionar sobre o assunto no momento que eu considerar mais adequado", disse aos integrantes da comissão. Mas ele afirmou que não participou de nenhuma reunião em que teria sido fechado um acordo para ajuda financeira ao PTB.

Dirceu também desmentiu o suposto episódio em que Roberto Jefferson (PTB-RJ) teria lhe confidenciado que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, estaria negociando o pagamento dos mensalões. Dirceu negou a versão de Jefferson de que teria dado um soco na mesa e dito que "não era possível que Delúbio estivesse fazendo aquilo".

Um grande aparato de segurança impediu que os repórteres chegassem perto de Dirceu, que saiu pelos fundos da sala da Secretaria Geral, onde foi tomado o depoimento. O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), disse que Dirceu esclareceu fatos e que nenhuma pergunta ficou sem resposta. "A comissão não tem nenhum reparo à forma como ele se portou. Todas as dúvidas que os membros da Corregedoria tinham, ele respondeu", disse Ciro.

Ciro Nogueira disse que já foram ouvidas de 10 a 12 pessoas, faltando cerca de 30. Ele acredita que a comissão deve concluir os depoimentos na semana que vem. O corregedor disse ainda que a comissão ainda vai discutir se há necessidade de uma acareação entre os depoentes. 

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