O ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou ontem que, na crise aérea, ?houve faltas graves das empresas, com fretamento e overbooking? e anunciou que, em conseqüência, haverá ?sanções graves e sérias para as companhias?. Overbooking é a prática de algumas empresas de vender mais passagens do que o número de assentos disponíveis nos aviões.
Pires deu rápida entrevista ao final da reunião em que foi discutido, no Ministério da Defesa, um plano de emergência destinado a evitar caos nos aeroportos no período das festas de ano-novo. O ministro admitiu, ao especificar as sanções, que serão ?multas financeiras?, mas não respondeu a uma pergunta sobre a possibilidade de cassação de concessões de empresas aéreas.
Pires justificou a ausência de representantes das companhias aéreas no encontro de ontem, afirmando que era uma ?reunião de governo?, e completou: ?É importante que tenhamos êxito no 1.º de janeiro, para que possamos dizer à população que o Natal foi um pouco difícil, mas que os problemas estão sendo resolvidos. É absolutamente necessário que tudo corra bem neste final de ano e que não tenhamos nem a dificuldade nem a tristeza que enfrentamos.?
O ministro relatou que, na reunião, da qual participaram representantes do Ministério do Turismo e da Casa Civil, do comando da Aeronáutica, da Infraero, empresa que administra os aeroportos, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foi decidido que ?nenhum novo fretamento de aviões será feito? e ?não será possível tolerar overbooking de empresa nenhuma.
Os jornalistas perguntaram o que acontecerá com os fretamentos já contratados por empresas de turismo e com as passagens que as pessoas já compraram. O ministro disse apenas: ?Estamos esperando o relatório da auditoria da Anac?. Ele se referia à auditoria que a Anac iniciou terça-feira para identificar as empresas que teriam praticado overbooking. Pires acrescentou que o governo tem uma preocupação básica, que é a de atender à população, evitando novos problemas nos aeroportos.
Hoje, haverá uma reunião do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), vinculado à Aeronáutica, com representantes das empresas aéreas.