Criado banco brasileiro de doenças

São Paulo (AE) – Foi formalizada sexta-feira, na capital paulista, a criação do primeiro banco brasileiro de doenças. Será uma espécie de biblioteca na internet em que hospitais que realizam pesquisas científicas compartilharão dados sobre pacientes e suas doenças, principalmente tumores. O objetivo é facilitar os experimentos e o desenvolvimento de tratamentos.

A iniciativa é encabeçada pelo Hospital do Câncer de São Paulo, dono do mais antigo banco de tumores do País. Outras nove instituições já se associaram ao projeto. Seus pesquisadores estão participando de um curso sobre como usar o software da biblioteca virtual. O banco integrado de doenças começará a funcionar em meados de janeiro. Depois disso, outras instituições poderão se juntar ao grupo.

Muitos centros de pesquisa já têm seus próprios bancos de doenças, mas as informações não são padronizadas nem compartilhadas. O diretor de Pesquisa do Hospital do Câncer, Fernando Soares, exemplifica: ?Imagine um grupo que está estudando o câncer de próstata em homens com mais de 50 anos que têm algum parente com a doença e cujo tumor tenha certa agressividade. Provavelmente não terá em sua instituição muitos pacientes com esse perfil exato. Esse grupo agora poderá usar os dados da rede?.

Como amostras das doenças terão de ser preservadas – no Hospital do Câncer, 10 mil amostras estão congeladas a -140ºC -, os remédios em estudo poderão ser experimentados em pedaços desses tecidos.

A iniciativa é especialmente importante para o câncer, já que os tumores de diferentes pessoas, mesmo atacando a mesma região, têm características particulares. A mesma terapia contra o câncer de mama, por exemplo, tem um efeito numa mulher de 35 anos e outro numa de 50.

Os primeiros participantes, além do Hospital do Câncer, são o Hospital Albert Einstein, a Fundação Oswaldo Cruz da Bahia, o Instituto do Câncer do Ceará, o Hospital do Câncer de Barretos, a Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) e as universidades federais do Rio Grande do Sul e de Goiás.

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