CPMI pede que EUA abram sigilo de Duda

O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) vão a Nova York, na semana que vem, para tentar conseguir das autoridades americanas autorização para ter acesso aos documentos com a quebra do sigilo bancário da conta Dusseldorf, do publicitário Duda Mendonça. Em depoimento à CPI, o publicitário disse que recebeu R$ 10,5 milhões nessa conta do Banco de Boston, em Miami, referente a pagamento de parte da campanha do PT em 2002. Os dados com o rastreamento dos depósitos feitos na Dusseldorf estão com a Promotoria Distrital de Nova York.

Integrantes da CPI reuniram-se ontem com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, John Danilovich, para pedir sua interferência junto ao Departamento de Justiça americano a fim de que a Comissão possa compartilhar com a Polícia Federal, o Ministério Público e o Ministério da Justiça os dados sobre a conta Dusseldorf e do Trade Link Bank, offshore que seria um braço do Banco Rural e que alimentou a conta de Duda Mendonça no exterior. "A CPI tem vida curta e, portanto, precisamos rapidez na investigação e no acesso aos dados da conta Dusseldorf", argumentou Delcídio Amaral.

No encontro com integrantes da CPI, Danilovich se comprometeu a enviar para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ofício explicando o trabalho da Comissão e o pedido para que os documentos sejam compartilhados com a CPI. O pedido de quebra de sigilo da conta de Duda Mendonça foi feito pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. As autoridades americanas temem, no entanto, o vazamento dos documentos e, por isso, negaram na semana passada o compartilhamento dos dados da Dusseldorf com a CPI dos Correios.

No ofício ao embaixador Danilovich, Delcídio Amaral argumentou que o acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal entre o Brasil e os Estados Unidos permite o compartilhamento dos documentos da conta Dusseldorf. "A lei americana permite a divulgação dos dados desde que isso seja amparado em uma conclusão, um relatório final da CPI", disse Gustavo Fruet, que é sub-relator de movimentação financeira da Comissão. "A CPI dos Correios tem credibilidade e pode assumir o compromisso com as autoridades americanas de confiabilidade", observou o relator da Comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que também esteve anteontem na embaixada dos Estados Unidos.

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