CPMI dos Sanguessugas descarta ouvir políticos suspeitos

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Antônio Carlos Biscaia e Amir Lando, presidente e relator da CPMI: corrida contra o tempo.

Nenhum dos parlamentares denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento com a máfia das ambulâncias será ouvido pela CPMI dos Sanguessugas. A informação é do presidente da CPMI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), ao argumentar ontem que o tempo de trabalho da comissão é exíguo – são 60 dias, no máximo – e será apresentado relatório parcial com o resultado preliminar das investigações da comissão de inquérito.

A Procuradoria já pediu ao Supremo o indiciamento de 15 parlamentares e, nos próximos dias, pretende solicitar de mais 30 ou 32 congressistas. ?Entendo que os parlamentares apontados de envolvimento com o esquema não devam ser inquiridos pela CPMI. Se chamássemos todos eles para depor, iríamos inviabilizar a comissão?, afirmou Biscaia, durante a primeira reunião da CPMI, ontem.

Os integrantes da CPMI aprovaram sete requerimentos com a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de pessoas ligadas ao esquema dos sanguessugas. A presença de parlamentares na primeira reunião foi baixa e os requerimentos de quebra de sigilo quase não puderam ser aprovados por falta de quórum. A comissão aprovou ainda as convocações de Maria da Penha Linho, apontada como o braço da quadrilha no Ministério da Saúde; do empresário Darci José Vedoin, sócio da empresa Planam; do filho dele, Luiz Antonio Trevisan, e do advogado da empresa, Luiz Aires Cirineu. Todos já foram ouvidos pela Polícia Federal.

Na primeira reunião da CPMI, não foram aprovadas as convocações e a quebra de sigilo de 27 assessores e ex-assessores de deputados e senadores denunciados pelo Ministério Público Federal como integrantes da máfia que desviava recursos do Orçamento através da compra superfaturada de ambulâncias. Na próxima terça-feira, a CPMI vai ouvir o depoimento do delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura, que foi responsável pela Operação Sanguessuga. Também pretende ouvir o procurador da República em Cuiabá (MT) Mário Lúcio Avelar.

Na semana que vem, a CPI deverá ouvir o depoimento do deputado Robson Tuma (PFL-SP), que foi relator da comissão de sindicância da Câmara que chegou a iniciar investigações dos parlamentares envolvidos com a máfia das ambulâncias. 

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