CPMI convoca petistas e ex-ministros para depor

A CPMI dos Sanguessugas aprovou na tarde de ontem os pedidos de convocação do ex-presidente nacional do PT e ex-coordenador da campanha de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, Ricardo Berzoini. A CPI quer esclarecimentos sobre a compra do suposto dossiê contra políticos tucanos.

A comissão aprovou também os requerimentos para ouvir Freud Godoy, Hamilton Lacerda, Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Expedito Veloso, Osvaldo Vargas e Jorge Lorenzetti, todos envolvidos no episódio do dossiê.

A secretaria da CPMI informou que os primeiros depoimentos dos petistas convocados ocorrerão após o segundo turno das eleições. Os primeiros a serem ouvidos pelos parlamentares serão Jorge Lorenzetti, Gedimar Passos e Valdebran Padilha, no dia 31 de outubro, a partir das 14h.

A CPMI também aprovou por acordo o convite de quatro ex-ministros da Saúde para depor. Os convidados são o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), o prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, ambos do governo Fernando Henrique Cardoso, Saraiva Filipe e Humberto Costa, que atuaram na gestão Lula. Houve acordo entre os membros da comissão de transformar os requerimentos de convocação dos ex-ministros em convite.

Sigilos de Freud

O integrantes da CPMI aprovaram ainda o pedido de transferência dos sigilos bancário e fiscal do ex-assessor especial da Presidência, Freud Godoy, suspeito de envolvimento na compra do chamado dossiê Vedoin. Os dados estão em poder da Justiça Federal de Mato Grosso e devem ser enviados em breve, para a CPMI.

A comissão aprovou também a convocação de Francisco Rocha, o Rochinha, homem de confiança do ex-ministro da Saúde do governo Lula, Humberto Costa, para prestar esclarecimento aos parlamentares sobre o dossiê.

O procurador da República no Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, também pediu à Justiça a quebra do sigilo de Freud Godoy, ex-segurança do presidente Lula e apontado, inicialmente, como mandante do pagamento pelo material antitucanos. A Polícia Federal decidiu adotar o mesmo procedimento com relação a Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo.

No caso de Freud, a quebra se estende de janeiro a setembro deste ano e inclui operações de compra e venda de ações, realizadas pela Telemig junto à Bolsa de Valores, e movimentações em sua conta. O procurador quer saber se realmente foram transferidos R$ 396 mil em ações do investidor Naji Nahas para Freud em transação feita pela corretora do Banco Alpha. O Ministério Público também quer checar a real participação na compra do dossiê.

O dinheiro da venda de ações teria sido depositado por Nahas em favor de Freud numa agência do Banco do Brasil em Brasília e depois repassado para a Caso Sistema de Segurança Ltda., empresa da mulher do ex-segurança, Simone.

Desde que o nome de Freud surgiu no escândalo, o governo tem se esforçado para separá-lo do resto dos envolvidos e demonstrar que a inclusão de seu nome não passou de equívoco.

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