CPI dos Cartões terá ampla maioria governista

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso que investigará o mau uso dos cartões corporativos, que deverá sair do papel na próxima semana, terá ampla maioria governista. Dos 24 deputados e senadores titulares que integrarão a CPI, 14 são da base aliada. Apesar da maioria folgada, o PT da Câmara ainda insistia nesta sexta-feira (29) em ficar com a presidência da comissão, abrindo mão da relatoria para o PSDB do Senado.

A expectativa é que o impasse seja resolvido na terça-feira, durante reunião do ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e os líderes do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), e do PT na Câmara, Maurício Rands (PE). A reivindicação da bancada petista da Casa não deverá, no entanto, ser atendida. O impasse serviu para atrasar por mais uma semana a instalação da CPI Mista.

A expectativa é que o acordo firmado quarta-feira por Jucá com a oposição continue a valer – a presidência da CPI ficará com a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) foi indicado relator da comissão. "Não abrimos mão da presidência porque essa exigência do PT é brincadeira", afirmou nesta sexta-feira o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Virgílio ameaçou, novamente, instalar uma nova CPI, integrada, exclusivamente, por senadores, caso o PT da Câmara insista em ficar com a presidência da comissão mista.

Os líderes governistas no Senado não estão dispostos a atender ao pedido da bancada do partido na Câmara. O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), avisou que o PMDB cedeu a presidência para o PSDB e não vê motivos para desfazer o acordo. Múcio e o líder do governo no Senado demonstraram também pouca disposição em atender à reivindicação da bancada petista. Na CPI dos Cartões Corporativos, que deverá começar a funcionar na próxima semana, o governo poderá ter maioria ainda mais folgada, além dos 14 votos certos a favor da administração federal.

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