CPI da Copel vai fazer acareações

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Copel, deputado Marcos Isfer (PPS), afirmou que a partir da próxima semana irá convocar pessoas para acareações. Isso será necessário porque alguns depoentes apresentaram informações contraditórias. Os membros da CPI estiveram ontem com a diretoria da Copel para tentar levantar outros dados apurados durante a auditoria que vem sendo realizada pela empresa.

“A Copel está fazendo uma auditoria paralela aos trabalhos da CPI e por isso queremos trocar informações que podem servir para esclarecer alguns fatos que ainda estão confusos”, disse Isfer. O deputado revelou que entre eles estão as compras de crédito e os contratos com a Tradener e a Usina Elétrica à Gas (UEG) de Araucária.

Deverão ser novamente ouvidos o diretor da UEG, Edilson Novak, o ex-diretor da Copel, Ricardo Doria, o ex-vice-presidente da Tradener, Fábio Ramos e o atual diretor-presidente da empresa, Walfrido D?Ávila, e a engenheira da Copel, Karla Rosângela de Oliveira.

Segundo o presidente da comissão, a CPI está próxima de elaborar o relatório final, mas deve pedir prorrogação do prazo, que vence em 17 de junho. “Sabemos que a Copel tem participação em 89 operações, e será preciso verificar onde e quais tiveram ingerências”, ponderou Isfer.

O presidente da Copel, Paulo Pimentel, disse que a empresa está disposta a colaborar com a CPI prestando todas as informações necessárias para identificar as operações indevidas envolvendo a estatal. Ele acredita que houve irregularidades nas operações, mas não em todas. “Sabemos que vamos descobrir as grandes e médias, ou pelo menos as mais representativas, que ajudarão a sanar os rombos da empresa”, disse Pimentel.

O sub-relator da CPI que vai investir as irregularidades da Sercontel na venda de ações para a Copel, deputado Alexandre Curi (PMDB) afirmou que recebeu de um delegado da polícia federal a informação da existência de relatório com 82 volumes detalhando as operações. Curi disse que são informações sobre pagamentos de 45% das ações da Secontel, pagos através de triangulação, que envolveriam valores em torno de R$ 186 milhões.

Funcionários expõem posição

Dezesseis sindicatos que representam os empregados da Companhia Paranaense de Energia elétrica realizam hoje, às 18h30, no plenarinho da Assembléia Legislativa, um ato que pretende expressar a perspectiva desses trabalhadores diante da situação da empresa. O evento vai abordar a Copel em três tempos: ontem, hoje e amanhã. Criada em 1954, a companhia tem atualmente 5.847 empregados.

O encontro contará com a participação dos deputados que integram a CPI da Copel, vereadores, autoridades e representantes de entidades direta ou indiretamente envolvidas com a Copel.

O engenheiro eletrecista Luiz Carlos Correa Soares vai falar sobre o passado da companhia energética. O administrador Pedro Kosiba fará uma análise do cenário atual, com destaque para a reunificação da empresa. E as perspectivas futuras ficarão por conta do engenheiro e presidente do Crea-PR, Luiz Antonio Rossafa.

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