O corpo do cardeal d. Aloísio Lorscheider, arcebispo emérito de Aparecida morto no domingo, aos 83 anos, deixou a catedral metropolitana de Porto Alegre sob aplausos de cerca de mil pessoas, no início desta noite, após missa de exéquias oficiada pelo cardeal d. Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo. O caixão foi carregado por um grupo de bispos até o carro funerário, que transportou os restos mortais do religioso para a localidade de Daltro Filho, em Imigrante, a 130 quilômetros de Porto Alegre. O sepultamento está marcado para amanhã, às 17h.
À saída da celebração, o senador Tasso Jereissati (PSDB) disse que d. Aloísio mudou o Ceará nos anos em que foi arcebispo de Fortaleza, de 1973 a 1995. "Aquela história de Estado dos coronéis, povo manipulado e voto de curral acabou-se com d. Aloísio", afirmou. "Quem fez toda a organização social, através das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), e deu consciência à população mais marginalizada foi ele", prosseguiu. "Foi o homem mais ilustre e mais importante que vi no Ceará durante minha vida."
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), destacou que a obra de d. Aloísio é uma referência para todos. "Que bom que temos essa referência a partir do Rio Grande do Sul", avaliou.
Além de Tasso e Yeda, o governador de São Paulo, José Serra, também tucano, sentou-se ao lado das irmãs de d. Aloísio, Elzira e Anita, durante a celebração religiosa, que durou duas horas. A presidência da República não enviou representante oficial à cerimônia.