Brasília – O Conselho de Ética do Senado tem reunião marcada para esta quarta-feira (13), às 14 horas, para elaborar o cronograma de trabalho do processo aberto para investigar denúncias da imprensa de que o presidente da Casa, Renan Calheiros, teria contas pessoais pagas por terceiros. A reunião foi convocada pelo presidente do conselho, senador Sibá Machado (PT-AC), depois de um encontro com o relator do processo, senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
Desde esta segunda-feira (11) Cafeteira analisa os documentos sobre o assunto, inclusive a defesa encaminhada pelo presidente do Senado. Um dos focos da investigação requerida pelo P-SOL é o pagamento de uma pensão informal à jornalista Mônica Veloso, com quem Calheiros teve uma filha, efetuado pelo funcionário da empreiteira Mendes Júnior e amigo do senador,
Cláudio Gontijo.
Sibá Machado disse que, pessoalmente, é contra a convocação da jornalista. Ressaltou, entretanto, que a decisão caberá ao plenário do conselho. "Eu não recomendo uma oitiva da Mônica Veloso. O que importa, agora, são os documentos".
Machado disse que todas as argumentações da jornalista já são públicas. Em entrevistas à imprensa e por meio de seu advogado, Mônica Veloso afirma que recebia todo mês R$ 8 mil em moeda corrente. Segundo ela, o pagamento era feito, quase sempre, no escritório de Gontijo. Além deste valor, o senador pagava R$ 4 mil pelo aluguel do imóvel onde reside Mônica Veloso.
Para o presidente do conselho o que importa agora é analisar os documentos apresentados tanto pelo presidente do Senado quanto pela jornalista. Ele considerou importante, também, que estes documentos sejam comparados com as declarações feitas por ambos.
Na explicação que deu aos senadores, Renan Calheiros afirmou que o dinheiro era seu e que Cláudio Gontijo apenas efetuava os pagamentos. Ele apresentou uma série de documentos, como declarações de renda e extratos bancários, para comprovar que tinha rendimentos suficientes para bancar a pensão informal à jornalista.