Luto

Clodovil fez da polêmica sua marca registrada

Um dos mais famosos estilistas e apresentadores do Brasil, Clodovil Hernandes foi o terceiro deputado federal mais votado do País nas eleições de 2006, com 493.951 votos. Ele teve morte cerebral anunciada no meio da tarde e às 18h50 sofreu uma parada cardíaca. Aos 71 anos, Clodovil concluiu uma biografia que teve na polêmica uma das principais marcas registradas.

Filho de pais adotivos, Clodovil nasceu em 1937, na cidade de Elisário, interior de São Paulo. Aos 20 anos, se mudou para a capital paulista e logo se firmou como costureiro das celebridades, entre elas Elis Regina, Cacilda Becker e as famílias Diniz e Matarazzo. Na década de 1990, passou a se dedicar somente à televisão, comandando programas como o “TV Mulher”, na Rede Globo, junto com Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra do Turismo. Clodovil passou também pelas redes Manchete, CNT e RedeTV.

Alvo de diversas acusações de racismo, o deputado e apresentador chegou a dizer em uma entrevista, em 2005, que perdera a conta de quantos processo respondia. Em 2004, em um de seus programas, Clodovil chamou a então vereadora de São Paulo Claudete Alves (PT-SP) de “macaca de tailleur metida a besta”. No ano seguinte, disse à deputada Cida Diogo (PT-RJ) que atualmente “as mulheres trabalham deitadas e descansam em pé”. Ele chamou também a deputada de “mulher feia”.

Clodovil também enfrentou uma acusação de anti-semitismo, depois de declarar em uma entrevista à Rádio Tupi, em 27 de outubro de 2006, que os judeus teriam manipulado o holocausto e forjado o atentado de 11 de setembro contra o World Trade Center. Na mesma entrevista, referiu-se a um negro como “crioulo cheio de complexo”.