Luto

Cinegrafista atingido por rojão tem morte cerebral

O repórter cinematográfico Santiago Ilídio Andrade, 49 anos, que foi ferido com um rojão em uma manifestação no Rio de Janeiro, teve morte cerebral na manhã desta segunda-feira (10). Andrade, que cobria o protesto pela TV Bandeirantes, foi atingido na cabeça pelo artefato. Ele teve morte cerebral.

O estudante e tatuador Fabio Raposo está preso desde domingo (9), apontado como coautor da explosão que vitimou Andrade. Ele foi indiciado por homicídio qualificado pelo uso de artefato explosivo e pelo crime de explosão. Caso seja condenado, Raposo poderá receber uma pena de mais de 30 anos de prisão.

Carreira

Carioca de 49 anos, nascido no dia 5 de setembro, Santiago Andrade se destacou no jornalismo falando justamente sobre as dificuldades enfrentadas pelos passageiros do transporte público do Rio de Janeiro. Junto com o repórter Alexandre Tortoriello, ganhou duas vezes, em 2010 e em 2012, o Prêmio Mobilidade Urbana.

Participou de coberturas de tragédias, eventos esportivos, a guerra contra o tráfico de drogas nos morros cariocas. Em 2013, fez o curso de jornalistas em áreas de conflito, no qual recebeu um treinamento para enfrentar situações como a da última quinta-feira, dia 6.

Identidade do segundo suspeito

Nesta segunda-feira, o advogado do tatuador Fábio Raposo, Jonas Tadeu Nunes, afirmou que tem o nome e a identidade civil do homem que acionou o rojão de vara que atingiu a cabeça do cinegrafista Santiago Ilídio de Andrade, da TV Band. Nunes afirmou que chegou à identidade do homem, por meio de uma pessoa indicada pelo tatuador.

Apesar de não revelar nomes, ele disse que aconselhou o homem que acendeu o rojão a se apresentar ao delegado Maurício Luciano de Almeida, da 17ª Delegacia de Polícia, em São Cristóvão, zona norte. O advogado disse que o homem estaria muito abalado e que teria tentado suicídio.

No domingo, Nunes, afirmou ter sido contatado por telefone pela ativista Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho. Ela teria dito que o homem que acendeu o rojão era ligado ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que teria oferecido assistência jurídica a Raposo. A ativista negou que tenha oferecido ajuda do deputado.

Em nota publicada no Facebook, Freixo também negou conhecer os envolvidos na explosão e disse que vai processar quem fez as acusações. “Além de a fonte da informação ser de uma fragilidade absurda (o estagiário de Nunes, Marcelo) e de a própria ativista (Sininho) negar ter me associado ao ocorrido, nenhuma prova concreta foi apresentada”, afirmou. “Aqueles que afirmarem que o responsável pela explosão é ligado a mim terão que provar. Caso contrário, serão devidamente processados”, acrescentou o deputado.

“Sempre repudiei a violência nos protestos, seja ela praticada por manifestantes ou policiais. Discordo dela como princípio e como método para conquistar qualquer coisa”, completou. Mais de 4,5 mil pessoas curtiram a nota divulgada por Freixo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.