Cientistas não acreditam em alternativo

São Paulo (AE) – Os cientistas políticos Carlos Alberto de Melo, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), e Marco Antônio Teixeira, pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, afirmaram não acreditar que a candidatura de um nome alternativo a presidente da Câmara dos Deputados possa ameaçar a manutenção de um aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comando da Casa.

Um grupo de parlamentares do PMDB, PSDB, PPS, PSB, PSOL e PV anunciou anteontem que se reúne na segunda-feira para definir apoio em torno de um terceiro nome. Mas, para Melo, ?é pouco provável? que essa terceira via se configure com força para ganhar a disputa contra o governo, ?mas nada é impossível na política?.

Na avaliação de Melo, se os parlamentares fecharem em torno de um candidato ?menos folclórico? (em referência implícita ao ex-deputado Severino Cavalcanti, eleito presidente da Câmara, há dois anos, por desarticulação da administração federal), ele pode disputar um segundo turno com o candidato governista.

?A história ensina. É pouco provável, mas nada é impossível na política?, diz, em alusão à possibilidade de o Poder Executivo não conseguir um aliado à presidência da Câmara. Segundo Melo, o grupo alternativo usa as brechas abertas pela má condução do processo sucessório da Câmara e reúne forças para negociar um maior espaço na divisão de cargos da Mesa Diretora da próxima legislatura.

?Se o nível da disputa levar ao um dilaceramento da base aliada do governo, o grupo poderia lançar uma candidatura própria em busca de mais espaço na Mesa Diretora, margem de condução do processo legislativo e facilidade para acordos?, afirma, acrescentando que os votos desses congressistas poderiam ainda ser decisivos na disputa entre os aliados do presidente.

Para Teixeira, o lançamento de uma terceira via seria uma ?anticandidatura, menos voltada para a conquista do poder, mas sim pelo simples questionamento do processo?.

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