| Foto: Agência Câmara |
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| Chinaglia: ?Não reconhecem a importância da Câmara?. |
São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse ontem que o reajuste de 28,53% dos salários que os deputados se auto-concederam nesta semana deve ser visto com ?naturalidade? pela sociedade e que o debate do tema foi feito publicamente.
Ao chegar ao Campo de Marte para acompanhar a missa de canonização de Frei Galvão, o parlamentar negou que a Casa tenha se aproveitado da visita do papa Bento XVI ao País para promover um reajuste salarial dos deputados. ?Eu acho que, com a vinda do papa, as pessoas poderiam aproveitar e acreditar menos em assombração, porque este debate (reajuste dos salários dos deputados) foi feito publicamente.?
De acordo com Chinaglia, a sociedade brasileira tinha conhecimento de que, assim que a pauta da Câmara fosse desobstruída por Medida Provisória, seriam votados projetos de maior transferência de renda aos municípios, propostas de combate a exploração sexual de crianças e adolescentes e o reajuste de salários dos parlamentares. ?Eu imagino que a sociedade veja o reajuste com naturalidade. A sociedade só não vê com naturalidade quando algum deputado comete algum tipo de desvio e isso (o reajuste) não é desvio?, insistiu.
Outro argumento usado pelo parlamentar para defender o reajuste salarial foi o de que o índice aplicado repôs a inflação dos últimos quatro anos, posicionando os salários em R$ 16,2 mil. ?A maioria das categorias teve aumento real de salário e nós só repusemos a inflação?, justificou.
Em seguida, o parlamentar mostrou irritação ao ser questionado por uma jornalista sobre se os vencimentos dos parlamentares estariam fora da realidade da sociedade brasileira. ?Nem o salário seu é natural para a realidade dos brasileiros?, reagiu o deputado, ouvindo da repórter, em seguida, que os valores por ela recebidos eram menores do que os R$ 16,2 mil. ?Imagino que seja (bem menor). No Brasil desigual, o seu apresentador e outros apresentadores de TV ganham mais do que o povo?, reiterou Chinaglia.
Para encerrar a entrevista, o deputado observou que a Câmara não é ?inchada como alguns desses estabelecimentos de representação popular? e acrescentou que aqueles de contestam o reajuste ?pensam nos tempos da ditadura e não sabem reconhecer a importância da Câmara?.