Brasília

Cerca de três mil sem-terra invadem Ministério da Fazenda

Cerca de 3.000 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam hoje o saguão principal do Ministério da Fazenda em Brasília. Eles querem ser recebidos pelo ministro da pasta, Guido Mantega, e também pedem a criação de uma comissão formada pelos ministros Mantega e Guilherme Cassel (Reforma Agrária), além de um representante da Casa Civil e dos sem-terra. Na pauta de reivindicações estão o assentamento imediato de 90 mil acampados, o descontingenciamento do orçamento para a reforma agrária e um plano de aplicação desse dinheiro até o fim do ano.

O coordenador nacional do MST, Vanderlei Martini, disse que o movimento escolheu invadir o ministério porque o Mantega “infelizmente defende uma política econômica que privilegia o agronegócio em detrimento dos trabalhadores rurais”. Segundo Martini, os manifestantes que vieram de 24 Estados ocupam o pátio e o saguão principal de entrada do ministério.

Para ele, o governo Luiz Inácio Lula da Silva foi uma “decepção” para a reforma agrária. E como o segundo mandato do presidente está acabando, o movimento não quer ele que termine sem a distribuição de terras no País. Segundo Martini, não houve resistência dos seguranças do local na chegada dos sem-terra.

Os manifestantes também bloquearam a rua de acesso ao prédio. Eles fizeram um cordão de isolamento com uma faixa que pede ao presidente Lula que não corte o orçamento da reforma agrária. Representantes do movimento informam que a intenção é permanecer no local, de forma pacífica, por prazo indeterminado, até que sejam recebidos pelo governo. O MST quer recompor e ampliar o orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que foi cortado, segundo os manifestantes, em 48%.

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