Caos aéreo pode ganhar duas CPIs

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Oposição entrega requerimento à mesa diretora do Senado, com 34 assinaturas.

Brasília – Depois de tentar barrar a investigação do apagão na Câmara, o governo está na iminência de ter de enfrentar duas CPIs para investigar o caos aéreo, uma na Câmara e outra no Senado. Enquanto aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a obrigatoriedade de a Câmara instalar a CPI arquivada pelo plenário, o partido Democratas criou ontem o fato consumado da CPI no Senado, onde tucanos e ex-pefelistas avaliam que a oposição é mais forte e, por isso mesmo, a comissão terá mais chances de investigar o apagão, as responsabilidades do governo e, de quebra, a Infraero. ?A correlação de forças na Câmara é diferente. É evidente que, no Senado, temos muito mais margem para trabalhar nessa CPI?, admitiu o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).

Depois do sinal verde do PSDB, com o apoio do governador de São Paulo, José Serra, o líder do DEM, senador José Agripino (RN), apresentou ontem, à mesa diretora do Senado, requerimento assinado por 34 dos 81 senadores, pedindo a abertura da CPI que será composta por 13 senadores (sete indicados por partidos da base governista e seis da oposição), que terão 180 dias para trabalhar.

O documento pede que a nova CPI apure ?as causas, condições e responsabilidades relacionadas aos graves problemas verificados no sistema de controle do tráfego aéreo, bem como nos principais aeroportos do País, evidenciados a partir do acidente aéreo ocorrido em 29 de setembro de 2006, e que tiveram seu ápice na paralisação dos controladores de vôo em 30 de março?.

O DEM decidiu se antecipar ao Supremo, apressando o pedido de CPI à mesa do Senado, em reunião da executiva nacional do partido. Diante das ponderações do líder José Agripino, a cúpula do DEM convenceu-se de que o partido terá muito mais espaço para atuar com sucesso, na oposição ao governo, se o Senado for o palco da CPI. ?O argumento foi muito contundente?, contou um dos dirigentes do DEM, ao lembrar que ninguém discordou da avaliação de que há no Senado um equilíbrio muito maior entre as forças aliadas e de oposição ao governo. ?Na Câmara, o peso da oposição no plenário da CPI será certamente menor?, completou.

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