Brasil defende Cuba no Grupo do Rio

Brasília – Pelos menos dez presidentes da América do Sul e do Caribe deverão reunir-se na próxima semana no Rio de Janeiro, onde será realizada a 18.ª reunião do Grupo do Rio. A situação no Haiti, novas formas de financiamento do desenvolvimento e do combate à fome deverão ser os temas principais. Será também apresentado um relatório que avalia os efeitos da globalização sobre a região. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deverá ter uma série de reuniões bilaterais. Uma delas será com o presidente da Bolívia, Carlos Mesa, com quem discutirá a ameaça aos investimentos da Petrobras.

O Brasil poderá insistir em sua proposta, rejeitada na última reunião ministerial do grupo, em agosto passado, de iniciar um diálogo com Cuba. “Acho possível que se façam consultas”, disse o embaixador Marcelo Vasconcelos, coordenador nacional do Brasil no Grupo do Rio. Ele explicou que, quando a proposta foi apresentada pela primeira vez, muitos países pediram para fazer consultas aos respectivos presidentes antes de responder.

O Haiti deverá ser um dos temas centrais do encontro. O governo brasileiro avalia que há três aspectos principais a serem tratados: o envio de soldados (hoje há no país cerca de metade das tropas inicialmente previstas), a aceleração na liberação dos recursos financeiros e a reconciliação política entre as forças pró e contra o ex-presidente Jean-Betrand Aristide.

O presidente Lula também pretende dar seqüência às discussões sobre o programa mundial de combate à fome e à pobreza, iniciadas no dia 20 de setembro, em Nova York. “Pretendemos manter o assunto em pauta”, disse Vasconcelos. Ele lembrou que a proposta foi levada a organismos financeiros multilaterais, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

.Os presidentes também deverão discutir a proposta apresentada pelo Peru, de criar uma Autoridade Sul-Americana de Investimento (ASI). Essa seria, segundo o embaixador, uma forma de aumentar os investimentos em infra-estrutura na região sem que elas afetem o resultado primário das contas públicas.

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