BH tem dezembro mais seco dos últimos anos

Com chuvas abaixo da média para a época do ano e temperaturas em torno de 32ºC, Belo Horizonte (MG) registra o mês de dezembro mais seco dos últimos 37 anos, segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, diretor regional do Climatempo e membro da Defesa Civil de Minas Gerais.

Neste mês, choveu o equivalente a 70,1 milímetros na região metropolitana de Belo Horizonte, apenas 24% do esperado para dezembro, cuja média histórica é de 319 milímetros.

Em 1975, ano que detinha o recorde de dezembro mais seco, choveu 114 milímetros, segundo Reis, que faz o acompanhamento da série histórica.

A estiagem na região, afirma o especialista, é causada pela atuação de uma massa de ar quente que dificulta a formação de nuvens sobre a capital mineira e bloqueia a chegada de frentes frias vindas do Sul do país, além de ser influenciada pelo fenômeno El Niño.

“Temos observado que, em anos de El Niño, o valor acumulado de chuva é pequeno entre outubro e dezembro. As chuvas mais intensas [em Minas Gerais] vão ocorrer em janeiro e fevereiro”, diz o meteorologista.

El Niño é um fenômeno de aquecimento da temperatura da água do mar no litoral do Peru e do Equador que causa reflexos no continente.

Belo Horizonte também tem registrado temperaturas acima da média histórica, que é de 28ºC para esta época do ano. “Na região metropolitana, as temperaturas estão ficando em torno de 3ºC a 4ºC acima do valor esperado, na casa dos 32ºC”, diz Reis.

Alerta

De acordo com o meteorologista, há previsão de chuvas fortes em janeiro no sul de Minas Gerais, na Zona da Mata e no Triângulo Mineiro, e chuvas não tão intensas, porém contínuas, na capital mineira.

Já para o norte do Estado, que sofre com a seca prolongada e onde várias cidades estão em situação de emergência devido à estiagem, há previsão de pouca chuva.

A Defesa Civil Estadual informou, via assessoria, que já está preparada para o período chuvoso previsto para janeiro, com homens treinados para trabalhar em situações de emergência em todo o Estado.

Desde o início do período considerado chuvoso, em outubro, morreram 16 pessoas no Estado em decorrência das chuvas.