A juíza Sônia Maria Gomes Pinto, da 1ª Vara Criminal de Bangu, está sendo esperada no presídio de Bangu I para interrogar o traficante Fernando Luiz da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. O depoimento estava marcado para as 11h, mas ainda não há previsão de quando a juíza chegará à penitenciária. Serão ouvidos também os traficantes Marcos Marinho dos Santos, o Chapolin, e Marcos Antônio da Silva, o Marquinhos Niterói. Segundo a Secretaria estadual de Justiça, não foi solicitada nenhuma escolta especial para a juíza durante o trajeto até Bangu I. Os agentes do Desipe farão a revista de rotina dentro do presídio, mas policiais militares reforçam a segurança na parte externa da unidade.
A decisão da juíza de ir até o presídio tem por objetivo evitar transtornos no trânsito e a mobilização de centenas de policiais para escoltar Beira-Mar ao Fórum. Nas duas vezes em que Beira-Mar teve de percorrer os mais de 40 quilômetros entre o presídio e o Fórum, mais de cem policiais, além de viaturas e até helicóptero, foram mobilizados para evitar tentativas de resgate. Beira-Mar vai depor sobre a acusação de que teria extorquido um empresário do Mato Grosso e um policial de Goiás.
Chapolin e Marquinhos Niterói integram a quadrilha de Beira-Mar e, assim como o traficante, estão sendo indiciados no mesmo inquérito pelos crimes de extorsão, associação para o tráfico de entorpecentes e formação de quadrilha. Mais cedo, o advogado de Beira-Mar, Hélio Rodrigues Macedo, que está detido na Polinter por formação de quadrilha, vai prestar depoimento no Fórum.
Acostumada a lidar com traficantes presos em Bangu, como Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, a juíza foi bastante criticada em abril por ter concedido a liberdade provisória ao traficante Marcelo Belato de Medeiros, o Beleléu – preso por suposta participação num assalto a banco em Realengo. Na ocasião, um policial que havia denunciado Beleléu mudou o seu depoimento, e a juíza foi obrigada a soltar o acusado. (AG)