Bandidos atacam e SP teme uma megarrebelião

São Paulo – A cidade de São Paulo e algumas cidades do interior foram vítimas ontem de novos ataques de marginais a postos de polícia. Apesar da apreensão de o PCC encerrar a onda de ataques com uma megarrebelião em todos os presídios do estado, neste fim de semana, o governador Geraldo Alckmin disse não acreditar nessa hipótese.

O governador Geraldo Alckmin afirmou ontem que não acredita em megarrebelião de integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) nas penitenciárias do estado neste fim de semana. Alckmin disse ainda que 15 suspeitos de participação nos últimos ataques à polícia já foram presos. O governador afirmou também que “não faz acordo com o crime”, em referência às exigências dos presos contra o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) nas penitenciárias.

Apesar das prisões, os ataques continuam acontecendo. Na madrugada de quarta para quinta-feira foram registrados pelo menos seis novos ataques contra delegacias ou policiais em todo o Estado de São Paulo. Na quarta-feira, a cúpula da polícia paulista garantiu que a situação estava sob controle, e prometeu prender todos os envolvidos. O secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, qualificou alguns dos ataques como ??infantis??, e ameaçou: “Não vamos deixar ninguém impune. Não tentem fazer nada que vão levar a pior”.

Desde o domingo, pelo menos 26 ataques foram registrados contra as polícias Militar, Civil e Guarda Civil Metropolitana, esta vinculada à Prefeitura de São Paulo. De acordo com os dados da secretaria, além dos 11 atentados iniciais, quatro foram registrados na madrugada de segunda para terça-feira, cinco na noite de terça e madrugada de quarta e pelo menos seis nesta madrugada.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, afirmou em entrevista que os atentados contra a polícia paulista não são organizados. Segundo ele, os indícios mostram que houve uma ordem dada de dentro da prisão para que cada criminoso atuasse em seu bairro, para criar uma situação de desestabilização da polícia. “Não houve algo organizado. Há indícios de que foi uma determinação, durante visita, de que cada um ?pagasse sua conta? no seu bairro. Para criar situação de desestabilização. ?Paguei minha conta, fiz minha parte.”

Para o secretário, esse é “o último suspiro” dos líderes do crime organizado, pois eles estão perdendo a guerra com a polícia e ficarão mais um ano em presídios de segurança máxima em Regime Disciplinar Diferenciado. O governo do estado acredita que a onda de atentados é uma reação dos líderes justamente ao rigor no tratamento recebido dentro das penitenciárias. “Não tem nenhum nome de comando na rua. Agora é o último suspiro”, disse ele.

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