Anistia Internacional denuncia abuso nas prisões brasileiras

Londres – A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta sexta-feira (23) que no Brasil as mulheres "são vítimas escondidas" de um sistema de detenção "que cai em pedaços" e que as expõe a violações e abusos.

Tim Cahill, pesquisador da entidade para o Brasil, emitiu hoje um comunicado em Londres no qual pediu às autoridades que tomem medidas a respeito.

O pedido acontece depois da denúncia do caso de uma mulher que foi deixada por um mês na mesma cela que outros 20 homens, no Pará, e foi violentada repetidas vezes.

"Recebemos amplos relatos de mulheres detidas que sofrem abusos sexuais, torturas, tratamentos de saúde de baixo nível, em condições desumanas, algo que mostra que este caso está longe de ser isolado, embora continue sendo escondido da população", destacou Cahill no comunicado.

Segundo a Anistia Internacional, embora o número de mulheres nas prisões do Brasil seja menor em comparação com o de homens, ele está aumentado rapidamente.

"O governo deve resolver este problema de forma urgente", destacou a ONG britânica.

Anistia Internacional também expressou preocupação pelo tratamento recebido pelos jovens detidos ilegalmente junto com presos adultos no Brasil.

"Pedimos à governadora do estado (do Pará) Ana Julia Carepa e as autoridades federais que investiguem as acusações e levem os responsáveis à Justiça, assegurando que a vítima e seus familiares recebam proteção efetiva", destacou o relatório.

A AI também pediu uma revisão urgente de todo o sistema penitenciário "para que seja assegurado que as mulheres não fiquem expostas a abusos de direitos humanos e que os jovens não sejam presos junto com adultos".

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