Amorim diz que ajuda à Argentina será “na medida do possível”

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou nesta quinta-feira (21), em entrevista na embaixada brasileira em Buenos Aires, que o governo brasileiro "nunca disse que não vai ajudar a Argentina" na questão do gás natural boliviano, mas advertiu que "temos primeiro que tratar do nosso abastecimento e vamos ajudar na medida do possível".

"Não adianta cobrir um santo e descobrir outro. Não sabemos como será o inverno na Argentina", disse o chanceler, admitindo que o Brasil pode ajudar a Argentina com outras fontes de energia, a exemplo do que ocorreu no ano passado. Amorim lembrou que o então presidente Néstor Kirchner pediu ao Brasil 4 milhões de metros cúbicos por dia e o Brasil cedeu algo semelhante em energia elétrica.

O ministro insistiu que o Brasil "não vai tomar uma posição que implique em risco de apagão". Segundo ele, "o Brasil não pode, para evitar um racionamento em um país (Argentina), criar racionamento em outro". Amorim disse que o Brasil tem toda boa vontade para ajudar a Argentina, mas de antemão não pode se comprometer com uma certa quantidade de gás. "Isso é muito diferente de renunciar a direitos contratuais", afirmou, referindo-se ao contrato assinado entre Brasil e Bolívia para fornecimento de gás.

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