Alvaro critica os vetos de Lula na LDO

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) condenou ontem, na tribuna do Senado, os 23 vetos do presidente Lula à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pelo Congresso. Dias acha que os vetos ferem um acordo negociado com a oposição, que agora promete obstruir as votações na Comissão Mista de Orçamento. Entre os artigos vetados está a autorização para a renegociação das dívidas do setor rural. Também foi vetado o artigo que previa o resgate das perdas da Lei Kandir.

"Descumprir compromissos tem sido rotina na trajetória do presidente Lula desde a campanha. Alguns vetos vão se traduzir em grandes prejuízos para estados, municípios e para o setor agrícola, principalmente pela falta de uma compensação para as perdas de ICMS com a Lei Kandir. Para o Paraná isso representa um enorme prejuízo de receita", previu. Prejudicado pela redução do plantio, pela queda da renda e pela concorrência com os subsídios dados aos concorrentes internacionais, o setor agrícola deve perder mais ainda com os vetos, na opinião do senador.

Alvaro voltou a dizer que comemorar o crescimento econômico do Brasil é uma afronta à inteligência dos brasileiros. Citando dados da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) lembrou que entre 2002 e 2004 a economia brasileira acumulou crescimento de 5,4% do PIB, o que coloca o país na retaguarda do restante do continente.

Os números da Cepal apontam que sem o Brasil, a América do Sul cresceu 13,5% e a América Latina 9%. Quinze países cresceram mais do que o Brasil, como, por exemplo, a Venezuela, 8,8 % e até mesmo Cuba, que registrou crescimento de 6%. O Brasil ocupa o último lugar no ranking dos 10 países da América do Sul e, no ranking dos vinte países da América Latina, supera apenas El Salvador, Guatemala, República Dominicana e Haiti. "Por que haveria motivos para comemorar?  Seria conformidade em excesso. Alguns comemoram, como banqueiros e exportadores, mas e os demais? Os que pagam impostos, que estão no campo ou que estão a procura de emprego? Estes estão assistindo o espetáculo da corrupção que é, sem dúvida, uma das principais causas do crescimento econômico aquém das expectativas", criticou o tucano.

Para 2005, a Cepal estima um crescimento da América Latina, em torno de 5%. E apesar de o Ipea ter elevado a projeção de crescimento para 3,5%, ainda assim o Brasil estará entre os últimos lugares. "Deveríamos estar competindo com as nações emergentes, como China, Índia e Rússia, que em apenas um ano cresceram mais do que o Brasil, durante todo o mandato do presidente Lula. O crescimento no governo Fernando Henrique foi insuficiente, mas tínhamos, a favor daquele período, a estabilidade econômica preparando o País para um grande salto", arrematou.

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