Aliança PT e PL vai reunir no mesmo palanque inimigos mortais

A aliança nacional do PT com o PL vai reunir, no mesmo palanque e nos mesmos programas de rádio e de televisão, políticos que chegam a ser inimigos mortais, como o governador Jorge Viana (PT), Cosmoty Pascoal, irmão, e Aureliano Pascoal, primo do ex-deputado Hildebrando Pascoal. Os dois pertencem ao PL e são candidatos a deputado. Hildebrando foi cassado depois de confirmada a sua participação no crime organizado e em grupos de extermínio. Até hoje, ele é a principal ameaça à vida de Viana. ?Temos a necessidade de uma nova coalizão, que envolve trabalhadores, empresários comprometidos com as mudanças e partidos políticos do campo democrático?, diz o senador Tião Viana (PT), irmão do governador Viana.

?Nesse palanque com o PL, vamos ceder nosso tempo de televisão e de rádio a eles. Os parentes de Hildebrando Pascoal vão usar nosso tempo, mas certamente farão campanha para o candidato a governador do PMDB, o ex-senador Flaviano Mello?, afirma o senador. ?Tudo isso é feito dentro de um projeto maior, que é o de tornar Luiz Inácio Lula da Silva presidente do Brasil?.

Para Tião Viana, todos estão muito mais maduros. Sabem que se Lula vencer a eleição e não tiver uma boa base parlamentar, sofre impeachment em menos de seis meses. ?Se vamos ter de pedir apoio aos partidos de centro para que Lula tenha condição de governar, por que não podemos fazer aliança agora, na eleição? Seria muito contraditório evitar a aliança agora para tentar fazê-la depois?, afirma.

Assim como em Alagoas, Rio Grande do Norte e Santa Catarina, o PL exigiu que o PT aceitasse a aliança local, para fechar a nacional. ?Não tem jeito. Esse é o preço que temos de pagar?, afirma o senador. O PSL do deputado José Aleksandro (AC), acusado de ameaçar o governador Jorge Viana, acabou prejudicado pela aliança PT/PL. Antes, estava coligado aos liberais. Com a aliança, teve de sair. O presidente nacional do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), lembra que para uma aliança tão importante, alguns perdem.

Hildebrando Pascoal foi eleito deputado federal em 1998. Pouco depois de assumir, chegaram à Câmara pilhas de documentos do Ministério Público e do Judiciário que atestavam a sua participação em grande quantidade de crimes. Num deles, o parlamentar teria usado uma serra elétrica para cortar os membros de uma pessoa acusada de matar um de seus irmãos. Julgado na Câmara, teve o mandato cassado. Foi imediatamente detido por ordem da Justiça, que o condenou pelos crimes de homicídio, formação de quadrilha, participação no crime organizado e tráfico de drogas. Hildebrando está preso num presídio especial, em Rio Branco.

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