Aliados de Renan querem agir sem pressa, diz Raupp

O líder do PMDB no Senado, senador Valdir Raupp (RO), afirmou hoje que a estratégia agora dos aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é agir sem pressa no Conselho de Ética. "Como ninguém quer votar, vamos espichar para 60 e até 120 dias", disse, ao avaliar que o desgaste do colega já chegou ao limite. Com essa nova tática, a expectativa é de que a discussão caia no vazio, mas os oposicionistas acreditam que as denúncias vão continuar desgastando a imagem do presidente da Casa.

Ontem, o Conselho de Ética adiou mais uma vez a decisão sobre o destino de Renan e, novamente, o processo ficou sem relator depois que o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) entregou o cargo. Diante das dificuldades de encontrar um relator, o próprio líder do PMDB até se ofereceu para a função, já que é suplente do Conselho. "Se não tiver outro eu assumo", afirmou, acrescentando, porém, que sua situação, como líder do partido de Renan, ficaria delicada. Na tentativa de amenizar a crise e evitar a paralisia do Senado, os aliados de Renan querem tirar o foco do Conselho de Ética.

"Precisamos sair dessa agonia diária", ressaltou Raupp, pedindo um esforço conjunto para prosseguir nas votações em plenário. Senadores da oposição, como Sergio Guerra (PSDB-PE), defendem a reformulação do Conselho de Ética, atualmente integrado por grande número de suplentes, ou seja, senadores sem voto. Há um movimento em curso para alterar a composição do Conselho e elaborar regras de funcionamento. O senador Romeu Tuma (DEM-SP) levantou hoje a tese segundo a qual a Polícia Federal não pode investigar senadores, pois eles têm foro privilegiado. É por esse raciocínio que aliados de Renan, a exemplo do senador José Sarney (PMDB-AP), defenderam o envio do processo para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Voltar ao topo