Aliados aceitam suspender dívidas para garantir DRU

Para votar o segundo turno da Desvinculação das Receitas da União (DRU), e garantir sua aprovação, a base governista aceitou suspender por 120 dias as dívidas de R$ 12 bilhões dos bancos estaduais de Rondônia e do Paraná com a União, numa concessão aos partidos aliados. Depois, a negociação será com o Tesouro. Além disso, a oposição ameaçava deixar a DRU para o ano que vem caso o Planalto decidisse aumentar impostos sem negociação prévia.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), prometeu que não será baixado nenhum pacote nesse sentido. ?Posso garantir que o governo não pensa em nada que signifique a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)? disse Jucá. Para os partidos de oposição, a palavra de Jucá é suficiente. No entanto, na semana passada, o ministro da Fazenda Guido Mantega, defendeu a criação de um imposto permanente para financiar a saúde. No domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desautorizou Mantega e pediu a ele que se acalmasse.

?A oposição não aceita nenhum tipo de chantagem do governo. Nem sobre os senadores que na semana passada rejeitaram a CPMF nem sobre os partidos de oposição?, disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), logo depois de reunião da Mesa com os líderes, quando foi exigido do governo que não retaliasse ninguém nem baixasse um pacote tributário para compensar a perda de R$ 40 bilhões com o fim da CPMF.

À prova de chantagem, a oposição decidiu só votar a favor da DRU se os governistas concordarem em aprovar o projeto de lei complementar que regulamenta os repasses da União, dos Estados e dos municípios para o setor de saúde. Exigiram ainda do governo que não atrapalhasse a votação de todos os projetos de resolução sobre autorização de endividamento a Estados e municípios que tramitavam no Senado. Durante a votação do projeto que suspendeu a dívida de R$ 5 bilhões do governo de Rondônia com o governo federal, Jucá anunciou que votaria contra a proposta, mas não faria nada para atrapalhar a aprovação. Com isso, venceu o relatório do senador infiel Expedito Júnior (PR), a favor da suspensão da dívida.

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