Alencar sai em defesa de candidato do PT

São Paulo 

– O candidato a vice-presidência na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), senador José Alencar (PL-MG), rebateu ontem a afirmação do candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, que acusou Lula de ter sido domesticado pelo mercado financeiro. “O Lula não tem vocação para ser domesticado. Ele é um moço corajoso, de valor e nós sabemos de onde ele saiu para chegar onde está”, disse Alencar. Para o senador mineiro, Lula “é a última pessoa a quem se pudesse atribuir essa qualificação, de ser domesticável pelo sistema financeiro internacional”.

Acompanhado do vice-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, o sindicalista Luiz Marinho, Alencar fez campanha nesta quarta-feira na região do Grande ABC. Pela manhã, ele visitou a Textilcooper, cooperativa do setor têxtil que fabrica mantas e cobertores em Santo André. À tarde, o candidato à vice na chapa de Lula participou de um almoço com 250 empresários da região, em São Bernardo do Campo.

O encontro com os empresários foi organizado pelo PT de São Bernardo e teve como objetivo principal obter recursos para a campanha do partido. Durante o almoço, o comando petista distribuiu aos empresários um kit -composto por uma fita de vídeo, de 15 minutos, com as propostas da legenda; uma carta de Lula e Alencar e um broche com o símbolo do partido (uma estrela). A partir desta quinta-feira, os dirigentes do partido começam a fazer contato com os empresários para tentar obter doações para a campanha petista.

Ao comentar a possibilidade de o presidente Fernando Henrique Cardoso vir a realizar uma minirreforma tributária, por meio de Medida Provisória, Alencar disse que, se isso ocorrer, ele “pára sua campanha e vai para Brasília votar” a reforma. “É isso o que o Brasil precisa e o que o Lula tem recomendado”, afirmou. Alencar reiterou a necessidade de o Brasil exportar mais. “Ou o Brasil exporta mais para fazer crescer o superávit da balança comercial, ou está liqüidado.”

Ciro

O candidato da Coligação Lula Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL-PC do B-PCB-PMN), disse, em Foz do Iguaçu (PR), que não é obrigado a aceitar provocações do candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS-PDT-PTB), que ontem (13) o acusou de ter sido “domesticado” pelo mercado. Usando o exemplo do futebol, Lula comentou as declarações de Ciro: “Não vou dar chutão, como os jogadores que chegam na cara do gol, perdem o equilíbrio emocional e acabam errando. O craque não faz isso. Eu estou na linha dos craques”, disse ele.

“Vou honrar compromissos”

Brasília

(AE) – O comando de campanha do candidato da Coligação Lula Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL-PC do B-PCB-PMN), orientará o presidente de honra do PT a dizer segunda-feira, na reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que, se eleito, cumprirá todos os compromissos assumidos pelo atual governo. Manterá ainda o equilíbrio fiscal mas exercerá o direito de revisar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Lula e os demais candidatos Ciro Gomes (Frente Trabalhista), José Serra (PSDB-PMDB) e Anthony Garotinho (Frente Brasil Esperança) – encontram-se com Fernando Henrique para falar do pacto com o FMI e da transição para o novo mandato.

“O acordo com o FMI tem uma cláusula que permite a sua revisão de três em três meses. Isso nós vamos fazer”, afirma o deputado Carlito Mers (PT-SC), um dos especialistas do partido na área financeira. “Vamos deixar claro que, num eventual governo do PT, a especulação não será prestigiada. Nossa atenção é a produção.” Mers diz que a legenda tem sido procurada por empresários que não só afirmam que votarão no candidato da Coligação Lula Presidente, mas que também tirarão as aplicações da exploração financeira para investir na produção.

“No governo de Lula, o empresário poderá voltar a produzir porque ganhará mais do que se aplicar na especulação financeira”, afirma.

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