Aeronáutica seleciona três caças para renovar frota

O Comando da Aeronáutica definiu na quarta-feira (2) o rumo tecnológico da aviação de combate do País, ao menos até 2040. Ao selecionar três caças entre os quais será escolhido o novo jato supersônico padrão da Força Aérea, os técnicos indicaram que a aeronave terá de permitir desenvolvimento permanente, servir de base a projetos nacionais da indústria aeronáutica e permitir o processo de transferência tecnológica exigido pelo governo. Mais que isso: precisará, necessariamente, apresentar recursos de furtividade – no desenho, nos materiais utilizados na construção ou por meio de sistemas de bordo, para reduzir sua detecção por sensores eletrônicos. Radares, por exemplo.

Os três modelos – o americano F-18 E/F, o francês Rafale e o sueco Gripen NG – “representam o estado da arte dessa engenharia de alta sofisticação, permitindo ao País absorver conhecimentos sensíveis”, acredita o ministro da Defesa, Nelson Jobim. A Comissão Gerencial dos Projetos F-X2 quer uma plataforma de múltiplo emprego para substituir, até 2025, as frotas atualmente em uso: 12 jatos Mirage 2000C/B, 57 F-5M e 53 caças bombardeiro AMX. O plano prevê a incorporação inicial de 36 aeronaves a um custo estimado de US$ 2,5 bilhões.

A meta, todavia, contempla de 120 a 150 aviões de combate, de ao menos três diferentes versões – superioridade aérea, ataque tático e bombardeio de precisão -, em operação ao longo dos próximos 35 anos. A desativação dos meios em uso no momento – e passando por procedimentos de modernização – será realizada durante oito anos, de 2015 a 2023.

Orçamento

Preocupado com o contingenciamento do orçamento do Exército, que poderá levar à antecipação em mais de um mês da dispensa dos recrutas, à redução do horário do expediente e à diminuição em pelo menos 20 mil homens o engajamento de soldados para 2009, o comandante da Força, general Enzo Martins Peri, encaminhou um comunicado à tropa. Ele listou as dificuldades e pediu que todos fiquem prevenidos.

A redução de recrutas pode, de acordo com oficiais do alto comando consultados, não só prejudicar o emprego do pessoal do Exército no segundo turno das eleições como até a segurança das fronteiras. O Exército pede o descontingenciamento de R$ 518,8 milhões do seu orçamento até o fim do ano, sendo R$ 445 milhões de imediato, dos quais R$ 165 milhões atenderiam a um déficit já previsto.

O comunicado do general foi encaminhado anteontem a todas as unidades militares, enquanto ele estava ao lado do ministro da Defesa, Nelson Jobim, em visita a quartéis. Ontem, por meio de sua assessoria, Jobim endossou a queixa de Enzo, ao informar que já alertou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sobre a necessidade de reforço do orçamento das três Forças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.