Abatido, presidente do Senado preside homenagem à Bandeirantes

Antes de uma possível definição sobre seu futuro no Conselho de Ética, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deixou a postura reclusa dos dois últimos dias de lado para presidir uma sessão solene no Senado em homenagem aos 70 anos de atividade do Grupo Bandeirantes. Com expressão abatida, Renan entrou no Plenário pouco antes do meio-dia e fez um discurso no qual, destacando a importância da liberdade de imprensa no País, admitiu a pressão que tem sofrido nos últimos dias e pediu cuidado "com mazelas e pirotecnia".

O presidente do Senado é alvo de processo no Conselho de Ética da Casa por suposta quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de ter suas despesas pessoais pagas – pensão alimentícia para a filha que tem fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso – pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior.

Ao falar da importância da liberdade de imprensa, "não existe democracia sem liberdade de imprensa", ressaltou, Renan advertiu para o fato de que liberdade de imprensa exige "equilíbrio, serenidade, ética e responsabilidade". "Sem a responsabilidade, abre-se espaço para o excesso, para a pirotecnia, tudo isso em desfavor das instituições e a bem do sensacionalismo, mazela que cada vez mais, é banida dos valores das sociedades evoluídas", discursou.

Insistindo ser um "fiel defensor" da liberdade de imprensa, Renan salientou que ela requer "consciência coletiva, sob pena de se marchar para a ditadura de opinião preconcebida que, por ser parcial, segue ao sabor dos ventos, inclusive dos ventos do preconceito, dos ventos dos interesses velados".

Após presidir a sessão solene, o presidente do Senado voltou para seu gabinete e em rápida conversa com a imprensa disse que não cogita renunciar ao cargo. "Renúncia não existe no meu dicionário. Sou um homem de luta, forjado na luta. Quem fala em renúncia não me conhece", afirmou.

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