Brasil ultrapassa 3 em ranking latino de crescimento

A revisão hoje dos resultados do Produto Interno Bruto de 2006, pela nova metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, manteve o País na 10ª colocação entre as maiores economias mundiais, mas elevou o Brasil do 18º para o 15º lugar no ranking dos maiores crescimentos econômicos da América Latina no ano passado.

Com um crescimento de 3,7%, no ano passado, o Brasil ultrapassou Paraguai e El Salvador, ambos com expansão do PIB de 3,5%, e a Nicarágua, que também obteve um crescimento de 3,7%, mas, pelos critérios de desempate do Fundo Monetário Internacional – a ordem alfabética -, ficou atrás do Brasil. Pela antiga metodologia, que apontava um crescimento 2,9%, o Brasil estava na 18ª colocação, à frente apenas do Haiti, com 2,3%.

A liderança na expansão do PIB na América Latina em 2006 foi da Argentina, com crescimento de 8%; seguida pela Venezuela, com 7 5%; e Costa Rica e Panamá, ambos com 6,5%.

"A revisão ajuda na atração de investimentos, mostrando para os investidores que o Brasil tem capacidade de dar um retorno maior", disse o economista-chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini, acrescentando que o resultado surpreendeu porque ficou acima da média das expectativas que apontavam para uma revisão entre 3% e 3,5%. "É uma surpresa positiva", salientou.

Em nível mundial, o Brasil não avançou no ranking das maiores economias, mas o novo resultado do PIB fez o País ultrapassar pela primeira vez a casa de US$ 1 trilhão, atingindo US$ 1,067 trilhão. Dessa forma, o PIB brasileiro passa a representar 2,2% das riquezas produzidas no mundo. O PIB mundial atingiu em 2006 US$ 47.915 trilhões, sendo que os dez maiores representam 69% desse total e os vinte maiores, 83%.

A expectativa de Agostini é de que, mantido o ritmo de crescimento da economia e os índices de inflação, superiores aos da Espanha e do Canadá, até 2010 o Brasil passe a ser a oitava economia do mundo. Ele ressalva, porém, que a Rússia também segue com taxas de crescimento e de inflação muito superiores às do Brasil. Segundo ele, a taxa de inflação ajuda a inflar o PIB corrente nominal.

Para ele, a revisão melhora a imagem do Brasil no mundo, "no sentido de que estamos aperfeiçoando os métodos de apuração da economia". "Isso revelou que o Brasil tem setores muito mais dinâmicos que tinha como informação no passado. Antes da revisão não sabíamos que tínhamos um grande dinamismo em setores que não entravam na pesquisa.

Segundo Agostini, mesmo tendo o nível de investimento sido revisado para baixo, houve uma melhora na qualidade da produção, em termos de produtividade. "Houve investimento em informatização e eletrônica. Isso aumenta a competitividade do Brasil em relação aos outros países", destacou.

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