Brasil quer manter parte dos produtos no SGP dos EUA

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, desembarca hoje em Washington com a pesada missão de convencer o governo dos Estados Unidos a manter pelo menos uma parcela dos produtos brasileiros beneficiados no Sistema Geral de Preferências (SGP)

Desde julho passado, Washington ameaça retirar totalmente o Brasil desse mecanismo unilateral, que permite o ingresso de bens de países em desenvolvimento no mercado americano com isenção de tarifa de importação, a partir de 1º de janeiro.

Em 2005, o Brasil foi o terceiro país que mais se aproveitou do SGP americano, atrás apenas da Índia e de Angola. No período, importadores dos EUA adquiriram 1.855 dos 3.348 itens tarifários brasileiros cobertos pelo SGP. Nos últimos meses, o governo americano deixou claro que será impossível manter integralmente o Brasil na lista de economias beneficiadas pelo SGP. Mas igualmente indicou que alguns produtos brasileiros poderiam preservar o benefício.

Recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, mostrou-se otimista com relação a essa possibilidade. Conforme argumentou o chanceler, a retirada completa do Brasil do SGP trará perdas mais incisivas para multinacionais americanas instaladas no País do que para as companhias nacionais. Além disso, para uma boa parte dos itens brasileiros prejudicados, a retirada do SGP significaria perda de fatia do mercado americano para o concorrente da China e não para outras economias mais necessitadas.

Nos cálculos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de 346 produtos brasileiros que ingressam nos Estados Unidos com o benefício do SGP, 242 competem diretamente com itens da China.

Hoje, Furlan deverá tratar da permanência do Brasil no SGP com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez, na reunião de um mecanismo de consultas informais entre o MDIC e o Departamento de Comércio americano.

A discussão deverá prosseguir na sua conversa com a representante de Comércio dos EUA, Susan Schwab, cuja área é responsável pela reavaliação da compatibilidade dos 13 atuais países beneficiados com as regras gerais do sistema.

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