Brasil precisa crescer 5,4% só para conter desemprego

O desemprego não deverá dar trégua em 2007, mesmo que o País consiga crescer os 4% esperados pelo governo. Só para abrigar as 3,2 milhões de pessoas que normalmente entram no mercado de trabalho, o Produto Interno Bruto (PIB) precisaria aumentar 4 7%. Além do número maior de pessoas disputando vagas, o mercado perde anualmente 460 mil vagas, que são fechadas por força de ganhos de produtividade e inovação tecnológica no campo e nas cidades. Para garantir a abertura dos 3,6 milhões de empregos necessários para deter o avanço da desocupação, a economia teria de crescer 5,4%.

Os números são de um levantamento feito a pedido do jornal O Estado de S. Paulo pelo economista Márcio Pochmann, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao período de 1995 a 2005 (último dado disponível). Pelas contas do economista, para cada ponto porcentual de aumento no PIB atualizado pelo IBGE são criadas 677 mil ocupações no País.

O estudo abrange os estragos no emprego feitos pela taxa de câmbio sobrevalorizada na segunda metade dos anos 90, quando Gustavo Franco era o presidente do Banco Central, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Naquela época, R$ 1 chegou a equivaler a US$ 0,80. "Na medida em que o câmbio continua sobrevalorizado, a pressão por destruição de empregos é maior", diz Pochmann.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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