Brasil pode ter aparelhos de TV digital em um ano, prevê empresário

Brasília ? Os primeiros aparelhos de TV digital podem chegar ao mercado brasileiro no prazo de um ano, prevê o dono da empresa Gradiente, Eugênio Staub, que representou a indústria brasileira de eletroeletrônicos na assinatura do decreto de implantação do sistema brasileiro. "À medida em que o sistema ainda vai ser adaptado às nossas condições e atualizado, em parceria com os japoneses, é razoável supor que dentro de 12 a 15 meses os primeiros televisores estarão no mercado".

Para o empresário, é preciso agora institucionalizar o sistema, proteger a propriedade intelectual e certificar produtos para assegurar o acesso à televisão digital com economia e qualidade. Staub elogiou a decisão de escolher o modelo japonês e destacou que o sistema preserva a TV gratuita, ao prever a criação de quatro canais digitais públicos.

O pesquisador Marcelo Zuffo, do Laboratório de Sistemas Integráveis da Universidade de São Paulo (USP), acha que o governo precisa agora garantir o prosseguimento das políticas públicas de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial. "Precisamos ser coerentes na continuidade, sob o risco de perdermos todo o esforço realizado".

Para Zuffo, o desafio imediato do país é a definição de um cronograma de implementação do sistema brasileiro. "Ao assumirmos esse papel de protagonista, fomos ousados e ao mesmo tempo sensatos. Superamos paradoxos ao adotarmos as tecnologias mais avançadas e ao mesmo tempo compatíveis com o poder aquisitivo da nossa população. Precisamos transformar essas inovações brasileiras em produtos e serviços para que esses benefícios possam rapidamente atingir a população".

O padrão escolhido, de acordo com o pesquisador, garante melhores condições de que o sinal digital tenha maior abrangência, considerando as características geográficas e de ocupação urbana no Brasil. Atualmente, a TV aberta alcança 90% do território nacional, segundo o governo federal. "Nos preocupamos muito com a robustez da transmissão porque a TV digital ou pega ou não pega. Principalmente nas grandes concentrações urbanas, corríamos o risco de excluir milhões de residências caso não adotássemos as melhores soluções", explicou.

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