Brasil deve aparar as arestas na seleção para a Copa de 2014

AFP

Depois da amarga eliminação pela Holanda, o Brasil deve virar a página do 2-1 e resolver os problemas sobre jogadores e técnico antes de receber a Copa do Mundo de 2014.

“Terminou um ciclo trabalho, mas não da maneira que esperávamos”, admitiu o meio-campo Gilberto Silva.

É possível que os torcedores não sintam falta de Dunga, que não vai renovar o contrato com a seleção, apesar das vitórias na Copa América (2007) e na Copa das Confederações, há um ano na África do Sul.

Em um país que gosta de jogar bonito, o estilo defensivo do treinador nunca foi realmente aceito, e a polêmica sobre o estilo de jogo na África do Sul deve favorecer a chegada de outro tipo de técnico.

Vários nomes aparecem como substitutos de Dunga, entre eles Mano Menezes, por motivos pessoais e políticos.

Pessoa de consenso, ao contrário de Dunga, Mano é treinador do Corinthians, clube presidido por Andres Sanches, homem de confiança do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que pode passar para Sanches o cargo em 2014.

Mas também há outras possibilidades. A imprensa italiana fala em Leonardo, embora este não tenha convencido à frente do Milan (2009-2010).

Depois de ganhar a Copa do Mundo de 2002, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, ainda goza de boa reputação e acaba de se comprometer tacitamente com o Palmeiras e não tem um apoio unânime na CBF, cujo presidente gosta muito de Vanderlei Luxemburgo.

Há ainda o nome de Jorginho, auxiliar de Dunga. Campeão do Mundo em 1994, ele conhece bem o funcionamento da seleção, mas o vínculo com Dunga pode prejudicá-lo.

Depois de escolher o novo técnico, a seleção vai ter que se resolver quanto aos jogadores. Em quatro anos os brasileiros vão receber uma Copa pela segunda vez, depois da edição de 1950.

O futuro técnico terá que decidir o que fazer com o grupo que Dunga montou, com jogadores que outros treinadores teriam descartado.

Felipe Melo, que foi expulso no jogo contra a Holanda por uma agressão contra Robber, é um que tem o futuro na seleção em sério risco, a ponto de Ronaldo tê-lo recomendado, via Twitter, que não passasse as férias no Brasil. Lúcio logo retrucou: “Temos que estar unidos, não procurar culpados”.

Também existe o problema da idade. Gilberto Silva tem 33, Lúcio, 32, e Juan, 31. Será que vão querer continuar na seleção? Em 2014, Kaká vai ter 32, Luis Fabiano, 33, e Robinho, 30. “Não é o momento de falar sobre esse assunto”, esquivou-se Kaká.

A pergunta agora é: quem vai ocupar o lugar daqueles que já estão indo? Ronaldinho Gaúcho e Adriano, descartados por Dunga, já parecem muito veteranos e vivem às voltas com problemas pessoais.

Talvez corresponda à geração do meio tomar as rédeas da seleção com jogadores como Marcelo (Real Madrid), Alex (Chelsea) e Pato (Milan). No Brasil, também se espera que a seleção também abra as portas para Gando e Neymar, do Santos.