BR-116 melhora, mas ainda exige reparos

Apesar das obras emergenciais que estão sendo realizadas na Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), entre Curitiba e São Paulo, alguns caminhoneiros ainda reclamam das condições da estrada no trecho paranaense.

Dizem que há locais que possuem buracos e, em outros, os veículos trepidam muito devido ao asfalto irregular.

Em agosto, os usuários começam a pagar pedágio, mas os motoristas gostariam de encontrar a estrada em melhores condições.

O caminheiro Roberto Cabrini afirma que a estrada já esteve bem pior. Diz que a operação tapa-buracos ajudou muito, principalmente nos trechos de serra. Além disso, agora os motoristas enxergam melhor a sinalização. O mato à beira da estrada escondia muitas placas.

Mas, apesar das melhorias, ele diz que a trepidação ainda é um problema. Nos trechos em que os buracos foram tapados, o asfalto está irregular. Cabrini explica que, com isso, a carga acaba trabalhando e existe o risco de quebrar molas e rolamentos. ?Para cobrar pedágio, ainda tem que melhorar muito?, avalia.

O caminhoneiro Eugênio Prado também afirma que gostaria de encontrar uma estrada em estado melhor. ?Acho que tudo deveria estar pronto, para depois cobrar o pedágio?, opina. Ele atesta que ainda há buracos na estrada e conta que, há alguns meses, o pneu dianteiro de seu caminhão estourou, além de ter tido as molas quebradas. O conserto saiu por R$ 3,8 mil.

Antônio Bueno vai toda semana para São Paulo e é mais um que diz haver problemas na estrada. Segundo ele, há buracos na serra e acidentes podem ocorrer. O caminhoneiro explica que alguns caminhões invadem a outra pista para desviá-los e outros freiam de repente. ?Quem vem atrás acaba batendo?, teme.

A equipe de O Estado percorreu o trecho da rodovia até a divisa com São Paulo. Em vários pontos havia homens trabalhando. Em um deles, estava sendo realizado trabalho de recapeamento; em outro, era feita a liberação da estrada porque houve um desmoronamento, além de haver vários homens cortando o mato para melhorar a visibilidade da sinalização. Apesar de poucos, ainda existem buracos na estrada.

Obras estariam seguindo em ritmo esperado

Foto: Aliocha Maurício

Obras continuam até início da cobrança do pedágio, em agosto.

A Auto Pista Régis Bittencourt assinou contrato com o governo federal em fevereiro deste ano e começará a cobrar pedágio em agosto.

Os primeiros seis meses são dedicados à realização de obras que garantem a segurança de tráfego e incluem melhorias do pavimento, sinalização, iluminação, capina, entre outros.

O superintendente da Auto Pista Régis Bittencourt, Êneo Palazzi, diz que as obras seguem em ritmo esperado e primeiro foram feitas as emergenciais, como melhorias no pavimento. Em relação à trepidação, ele diz que o problema deve ser resolvido até o início da cobrança de pedágio.

Foto: Aliocha Maurício
Cabrini: ?Ainda tem que melhorar?.

Ainda faltam dois meses de trabalho até lá. Em quatro meses de obra, a empresa informou que já usou 5,5 mil toneladas de massa asfáltica para tapar buracos em toda a extensão da estrada.

Mais 5,7 mil metros cúbicos para fazer um trabalho de recuperação mais profundo, com a substituição do asfalto.

Também foi feita roçada em 325 quilômetros, recuperação da sinalização vertical em outros 145 quilômetros, além de obras em 29 pontes e viadutos.

Após a cobrança de pedágio, a concessionária construirá o Contorno Norte de Curitiba, duplicará 30,5 quilômetros de pista da Serra do Cafezal, construirá ruas laterais e implantará passarelas.

O valor da tarifa apresentada no leilão para cada uma das seis praças de pedágio é de R$ 1,364. Mas os usuários pagarão um valor um pouco maior, já que o preço será reajustado conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de junho de 2007 até julho de 2008.

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