Boletim do Banco Central eleva expectativa de inflação

Analistas e investidores do mercado financeiro elevaram, pela terceira semana consecutiva, a expectativa de inflação deste ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 7,31% para 7,38%. O IPCA é o índice utilizado pelo governo para definir as metas de inflação, que este ano tem como objetivo central uma taxa de 5,5%, com direito a uma variação de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.

O setor entendeu que, em dezembro, o IPCA manteria a perspectiva de alta e fecharia o mês em 0,65% frente à previsão anterior de 0,60%. Destaque para os preços administrados, que manteriam a tendência de alta, no entender dos investidores, sendo reajustados, pela quinta semana seguida, de 9,20% para 9,50%. Para 2005, no entanto, a projeção do setor passa a
ser de queda com o índice recuando de 5,80% para 5,78%.

Mesmo projetando uma inflação ascendente neste mês, a estimativa para a taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 17,75% para o final do período e o câmbio, nas projeções dos analistas, encerraria o ano com a relação R$ 2,80 para cada US$ 1.

As estimativas para o superávit da balança comercial também não apresentaram alterações, com o saldo da balança comercial projetado em US$ 33 bilhões até dezembro. Se esse resultado se confirmar, o saldo em conta corrente, um dos principais indicadores da vulnerabilidade externa
de um país, aumentaria de US$ 10,60 bilhões para US$ 10,64 bilhões, mesmo com os investimentos estrangeiros diretos mantendo-se em US$ 16 bilhões.

A dívida líquida do setor público em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) continuaria em queda e passaria de 54,40% para 54,20% em 2004 segundo os técnicos do mercado financeiro. O setor elevou, ainda, pela sexta semana seguida, a expectativa de crescimento da economia, com o PIB de 5,08% diante dos 5% registrados há uma semana. Importante notar, porém, que a projeção para crescimento da produção industrial registrou leve queda e passou de 7,61% para 7,60%.

Esses números fazem parte da pesquisa que o Banco Central realiza semanalmente junto a 100 instituições financeiras e são divulgados todas as segundas-feiras através do boletim Focus.

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