BNDES tem linha de financiamento para editoras e livrarias

 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério da Cultura anunciaram, no mês passado, o BNDES-ProLivro, programa de apoio à cadeia produtiva do livro que oferece condições especiais de financiamento às editoras, distribuidoras, livrarias e gráficas. Entre as novas medidas, estão a inclusão do setor entre as prioridades da política operacional do banco e a possibilidade de uso do Cartão BNDES para a compra de papel de impressão de livros com o limite ampliado para até R$ 100 mil. "A intenção é aumentar para R$ 250 milhões, ou seja, um crescimento de 50%, o volume de investimentos na área em 2005", disse Armando Mariante diretor da Área Industrial e Exterior do banco.

A atividade de edição de livros ganhou o status de "setor prioritário" nas políticas operacionais do banco, o que significa uma redução no spread de 0,5% em comparação ao que é cobrado de outros setores pela instituição. As empresas terão também um novo limite de crédito do cartão, que passou de R$ 50 mil para R$ 100 mil. O cartão facilita a compra dos itens necessários para a instalação ou modernização de livrarias, editoras e gráficas, o que inclui equipamentos, máquinas, computadores, softwares, estantes e veículos, entre outros itens.

O banco decidiu reduzir de R$ 10 milhões para R$ 1 milhão o valor mínimo para operar diretamente na liberação de recursos do Finem para as empresas do setor, que assim não precisarão recorrer a outros bancos repassadores de empréstimos. Segundo Mariante, a linha de crédito permite a realização de planos editoriais como financiamento de tradução, compra de direitos autorais e versões no formato CD-ROM, entre outros. Os recursos estarão disponíveis para editoras que tenham no mínimo 5 títulos no catálogo e com tiragem mínima de 3 mil exemplares para cada título.

O anúncio foi recebido com reservas pelo setor de livrarias e editoras. "A política é boa, mas favorece principalmente as editoras e se esquece do ramo livreiro, que é o canal de escoamento dos livros", reclamou Marcus Gasparian, presidente da Associação de Livrarias do Rio de Janeiro e proprietário da livraria Argumento, lembrando que apenas 600 municípios do País têm ao menos uma livraria.

Segundo Galeno Amorim, coordenador do Plano Nacional do Livro e Leitura do Ministério da Cultura, há um projeto com a Câmara Brasileira do Livro para ampliar os pontos-de-venda, não apenas promovendo a abertura de livrarias, como capacitando papelarias e bancas de jornal.

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