Bloqueio a veículos de ajuda no Líbano é ‘vergonha’, diz ONU

O subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários, Jan Egeland, criticou nesta quinta-feira (10) tanto Israel quanto o Hezbollah por dificultarem o acesso das agências humanitárias ao civis no sul do Líbano, qualificando como "uma vergonha" o fato de ambos impedirem que os comboios humanitários cheguem à região.

"Tanto o Hezbollah quanto Israel poderiam liberar o acesso numa fração de segundos", assegurou Egeland em conversa com jornalistas em Genebra. "Assim nós poderíamos ajudar cerca de 120 mil pessoas afetadas no sul do Líbano. Não creio que nenhuma vantagem militar tenha sido obtida nesses últimos dias ou será ganha nas próximas horas", prosseguiu.

Egeland disse ainda que um plano acertado com Israel, Líbano e Hezbollah para a distribuição de ajuda por intermédio de corredores humanitários não funcionou da forma como as partes prometeram. Ele acusou todos os grupos pela situação e denunciou que isso evita que muitas vidas sejam salvas. "Isso tudo é uma vergonha. Nós passamos diversos dias sem ter acesso à população sitiada do sul do Líbano", queixou-se o subsecretário-geral da ONU.

Situação ‘desesperadora’ – A Cruz Vermelha Internacional, que também tem pressionado por acesso ao sul do Líbano, divulgou hoje um comunicado por meio do qual afirmou ter recebido uma promessa pessoal do primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, de que "todo o possível seria feito para facilitar o acesso" dos agentes humanitários da entidade à região.

"A melhora do acesso é essencial, tendo em vista a situação humanitária desesperadora", disse Jakob Kellenberger, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que acabou de retornar de uma viagem de quatro dias ao Líbano e a Israel.

Em Jerusalém, um porta-voz do CICV informou que a entidade pediu aos serviços locais de resgate que pressionassem o governo de Israel a permitir a entrada da ajuda humanitária no Líbano. Segundo Paul Conneally, o porta-voz dos cerca de cem pedidos de autorização feitos ao governo israelense, apenas um quarto foi aceito.

Por sua vez, a direção do Programa Mundial de Alimentação (PMA) da ONU pediu a Israel e ao Hezbollah que permitam o ingresso de assistência para "centenas de milhares de vítimas".

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