Blatter saúda Espanha por conquista e África do Sul por organização

Foto por: Roberto Schmidt

O presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, felicitou nesta segunda-feira a Espanha pelo título de domingo e a África do Sul por seu êxito na organização e por ter superado todos os obstáculos, em suas considerações finais da Copa do Mundo de 2010.

“Vimos um campeão com vontade de vencer, de jogar com qualidade. Não sou eu quem tem que avaliá-la tecnicamente, mas posso dizer que a seleção campeã deste Mundial jogou muito bem”, ressaltou o presidente da Fifa, referindo-se ao campeonato da Espanha.

Em suas declarações do balanço da competição, a maior parte dos elogios foi para a África do Sul, considerando que o país havia cumprido as expectativas, com uma boa organização e mostrando ao mundo que a África “pode organizar um evento assim”, apesar das dúvidas de muitos nos últimos anos.

“A África merece nossos elogios: mostrou que podia organizar um evento assim. Tratava-se de acreditar nela e de ter confiança, e nós confiamos e eles fizeram bem”, disse Blatter em suas tradicionais considerações finais após os grandes torneios da Fifa.

O dirigente suíço insistiu em seus agradecimentos aos anfitriões. “Elogios também para a África do Sul, para o povo sul-africano, para o governo pelas garantias apresentadas e para o Comitê Local de Organização (LOC) de Irvine Khoza e Danny Jordaan, para as autoridades de segurança e para a grande hospitalidade dos sul-africanos”, ressaltou.

“Os Parabéns (pelo Mundial-2010) e os elogios vão para a África do Sul, não para a Fifa”, concluiu.

Blatter disse ainda que entende as questões suscitadas pela atuação da arbitragem, um dos aspectos mais polêmicos do torneio e que reavivou o debate sobre a inclusão do apoio tecnológico aos árbitros, embora tenha considerado que os jogadores “não ajudaram” o juiz na final Holanda-Espanha de domingo (0-1).

“O futebol é um esporte de combate, mas no espírito do fair-play”, comentou Blatter. “Aprender a ganhar é fácil, mas quando você perde, não pode esquecer as bases da disciplina e do respeito”, afirmou o dirigente suíço.

O presidente da Fifa aproveitou a ocasião para anunciar que apenas em 2011 será decidido quantas vagas cada continente terá na Copa do Mundo do Brasil, em 2014.

Blatter prestou homenagem ao ex-presidente Nelson Mandela, que no domingo foi ao estádio Soccer City para saudar os torcedores: “Foi ele quem ganhou o Mundial da África do Sul, ele a queria, queria vir ontem (domingo) ver que o sonho havia se tornado realidade”.

Já o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, se mostrou satisfeito com o balanço da segurança, em um país com uma média de 50 homicídios diários e que não teve nesse aspecto nenhuma polêmica destacável, graças a uma forte mobilização policial.

“Não houve um só incidente grave, nada que ameaçasse o Mundial. Houve apenas pequenas coisas, mas é normal em um evento desta dimensão”, ressaltou.

A Fifa aproveitou sua coletiva de imprensa final para divulgar dados sobre a audiência e sobre o apoio popular gerado pelo torneio.

Nas 64 partidas houve uma audiência acumulada de 3.178.856 pessoas, com uma média de 49.670 por jogo, a terceira mais elevada após as edições de Estados Unidos-1994 e Alemanha-2006.

Na internet, o site da Fifa registrou muitos acessos de torcedores que queriam receber informações em primeira mão e as contas na rede social Twitter da Fifa chegaram a ter 220.000 seguidores (‘followers’).