Besta negra

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e um dos homens de ouro do governo federal, ao lado do ex-presidente José Sarney, representa hoje a besta negra na avaliação dos peemedebistas independentes.

A começar pelo deputado paulista Michel Temer, presidente da executiva nacional, constrangido a desistir do intento de concorrer à presidência da Câmara, tal a força da reação desagregadora desfechada contra ele pelo correligionário.

O troco foi dado no encontro que o PMDB realizou em Florianópolis, no final da semana, para continuar debatendo o projeto coordenado pelo economista Carlos Lessa. Calheiros só não foi chamado de santo. O incrível é que o presidente do Senado esteve entre os cardeais do partido, quando o projeto foi discutido em Curitiba há cerca de um mês.

É imponderável que muitos dos presentes, na ocasião, não tivessem visto na pessoa do antigo líder do governo Collor na Câmara dos Deputados um perigo a rondar sobre a pretendida ressurreição do partido.

Falou-se inclusive, na velha e boa Palhoça, onde os peemedebistas se reuniram, na iminente expulsão do senador Renan Calheiros do PMDB, reclamada em moção apresentada pelo governador Luiz Henrique. O partido da redemocratização, atingido profundamente pela fisiologia, hoje torna público o efeito destruidor da perda de identidade.

O PMDB é uma flâmula rota do que foi no auge das Diretas Já e da Assembléia Nacional Constituinte.

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