Bernardo diz que falta de autonomia prejudica integração latino-americana

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje (3) que houve pouco avanço no projeto de integração da América Latina. Segundo Bernardo, falta autonomia decisória dos países para, "com organismos multilaterais, agências nacionais de desenvolvimento e com os mercados financeiros e de capitais, desenhar as engenharias financeiras mais adequadas e negociá-las prontamente". Ele disse também que falta ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) integração entre os setores público e privado e redução na burocracia para os projetos de infra-estrutura.

"Mais uma vez sublinho a necessidade de maior pragmatismo e flexibilidade de nossa instituição para que seja competitiva na oferta de financiamento e garantias aos projetos de infra-estrutura", falou o ministro, na abertura da 47ª Reunião Anual do BID. Ele foi eleito presidente da assembléia dos governadores (os representantes dos países), posto que caberá ao ministro do Planejamento brasileiro até o ano que vem, quando a reunião será feita na Guatemala.

Bernardo comentou também a proposta sobre os financiamentos serem concedidos em moeda local para os países que integram o BID. Ele disse que isso vai permitir o desenvolvimento dos mercados dos países e reduzir o risco cambial dos empréstimos.

O ministro falou, ainda, sobre a posição favorável do Brasil para que o BID perdoe as dívidas dos países mais pobres. No entanto, ele diz que o alívio dessa dívida não pode ser feito sem uma compensação ao banco. "A proposta não pode ser compensada por uma redução equivalente no montante de empréstimos concessionais ou de assistência técnica, ou com a falta de comprometimento dos países com a efetivação das metas do milênio. Caso assim o seja, países menos desenvolvidos da região e que não sejam HIPCs [países pobres altamente endividados] arcarão com o ônus de tal decisão."

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