Bernardo diz que é necessário minimizar episódios como o de Dilma

Curitiba (AE) – O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, afirmou hoje, em Curitiba, que é preciso minimizar episódios como o das críticas da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que considerou rudimentares as propostas de ajuste fiscal. "Há vários ministros cumprindo papéis diferentes e, muitas vezes, as funções diferentes colocam em pontos de vista diferentes e até opostos", acentuou.

Bernardo foi surpreendido na manhã de hoje com a informação de um relatório que Dilma teria preparado, com reclamações à atuação do Ministério da Fazenda. Como ela telefonou-lhe para remarcar uma reunião, Bernardo questionou-a. "Até brinquei: você costuma falar as coisas na lata e agora vai fazer relatório? Ela falou: ‘Eu não fiz relatório nenhum, não tem nada disso’", afirmou.

Mas, repetindo o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia dito pouco antes, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão afirmou que os debates são "naturais e salutares".

"Mas teve alguns episódios que podiam ter sido evitados" disse. "Se tenho um ponto de vista diferente de outros ministros, se estamos discutindo sem concluir um determinado ponto, a pior alternativa é dar uma declaração, uma entrevista contra, expor isso, até porque as pessoas não entendem com precisão todas as nuances do debate, o que pode dar origem a mal-entendido." Bernardo ressaltou, no entanto, que, caso haja divergência entre os ministros, "quem decide é o presidente".

Para o ministro do Planejamento e Orçamento, o "fogo muito grande" que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, enfrenta tem em vista a disputa eleitoral de 2006. "A oposição percebeu que, no ritmo em que está o Lula, caso queira sair candidato à reeleição, será um competidor fortíssimo, tem todas as condições de ganhar", disse. "Por esse raciocínio, concluem que é melhor desestabilizar o governo, mesmo que isso desorganize a economia." Bernardo previu que a campanha eleitoral será feita de muitas trocas de acusações. "Um vai chamar o outro de ladrão. O cidadão vai ter de filtrar muito os adjetivos para fazer sua escolha", declarou.

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