BC prevê que inflação volte a declinar no 4º trimestre

Depois da divulgação dos dados desfavoráveis do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Banco Central (BC) prevê que neste trimestre se encerra o ciclo de elevação da inflação acumulada em 12 meses. A partir do quarto trimestre, o cenário central indica tendência declinante para a inflação acumulada em 12 meses. Segundo o BC, a inflação, a partir daí, passa a se deslocar na direção da trajetória de metas. As informações estão na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje.

No documento, os diretores do BC destacam que o cenário central também contempla moderação na expansão do mercado de crédito. Contribuem para esse cenário, de acordo com o BC, ações macroprudenciais e ações convencionais de política monetária recentemente adotadas. Sem falar diretamente dos empréstimos do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o BC mais uma vez destaca na ata como “oportuna” a introdução de iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.

Selic

Para justificar a decisão de reduzir a taxa Selic (juro básico da economia), o Banco Central destaca que o Copom reconhece de forma “unânime” que o ambiente macroeconômico se alterou substancialmente e que o cenário prospectivo para a inflação acumulou sinais favoráveis. Para os integrantes do Copom prevalece, no entanto, nível de incerteza crescente, “que já se posiciona muito acima do usual”. Neste cenário, o Copom identificou riscos decrescentes à concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta, de 4,5%.

“O Copom, de forma unânime, reconhece que o ambiente macroeconômico se alterou substancialmente desde sua última reunião, de modo a justificar uma reavaliação, e, eventualmente, reversão, do recente processo de elevação da taxa básica. Entretanto, dois membros do comitê avaliam que o momento atual ainda não oferece todas as condições necessárias a que esse movimento tenha início imediatamente, informou a ata da última reunião do Copom, divulgada hoje. Na semana passada, o Copom surpreendeu ao reduzir de 12,50% ao ano para 12% ao ano a taxa Selic.

Na avaliação do comitê, a demanda doméstica ainda se apresenta robusta, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão do crédito. Entretanto, iniciativas recentes reforçam um cenário de contenção das despesas do setor público. Também se apresentam como importantes fatores de contenção a substancial deterioração do cenário internacional e as ações macroprudenciais implementadas. “Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas”, informa o documento.

Os integrantes do Copom afirmam ainda na ata que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, ajustes moderados no nível da taxa básica são consistentes com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012. Na última reunião do Copom, cinco integrantes do Copom votaram a favor da redução e outros dois pela manutenção da Selic em 12,50% ao ano.