Bastos diz que PF vai conduzir investigações sobre dossiê, com isenção

Rio de Janeiro – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, reiterou nesta terça-feira (19) a isenção da Polícia Federal na condução das investigações sobre a compra de um dossiê que envolveria políticos tucanos no esquema de fraudes de compra superfaturada de ambulâncias. Segundo ele, a instituição já deu provas de sua credibilidade, principalmente nos últimos três anos e meio, quando realizou cerca de 300 operações especiais, desarticulou quadrilhas e desmantelou o crime organizado em diversos locais do país.

?A Polícia Federal merece esse crédito. Nesses três anos e meio ela agiu sem nunca dar um tiro, com calma, inteligência e estratégia. A população brasileira pode ter certeza de que as investigações serão isentas, não vão proteger nem perseguir ninguém?, declarou Thomaz Bastos, que participou, no Rio de Janeiro, da abertura da Assembléia Geral da Interpol, a Polícia Internacional.

O ministro disse que um caminho apontado pelas investigações seria de que apenas um grupo do Partido dos Trabalhadores (PT), e não todos os integrantes, esteja ligado à negociação do dossiê. Ainda de acordo com Márcio Thomaz Bastos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não acredita no envolvimento do assessor Freud Godoy, integrante da Secretaria Particular da presidência, mas disse que se ele estiver ligado às irregularidades, vai ser investigado como qualquer pessoa.

Freud Godoy foi citado nos depoimentos de Valdebran Padilha, filiado ao Partido dos Trabalhadores, e Gedimar Pereira Passos, ex-agente da Polícia Federal, que foram detidos na sexta-feira (15), em São Paulo, quando aguardavam em um hotel para comprar os documentos do empresário da Planam.

Indagado se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento da ação para a compra de documentos, Thomaz Bastos afirmou que Lula tem uma ?trajetória de abominação? a respeito de dossiês. ?Quando ele estava para perder uma eleição, ele não usou; agora que ele está com a eleição praticamente ganha, não vai usar?, declarou Thomaz Bastos, referindo-se ao dossiê Cayman, que acusava lideranças tucanas de ter conta em paraíso fiscal.

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