Base insatisfeita

O acúmulo fatigante de manobras retiradas do inesgotável esquema defensivo do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), com certeza, o político mais desacreditado do País nos últimos tempos, já começou a abrir rombos na própria base governista. A oposição não gostou do gesto de Renan ao adiar a conclusão da perícia da Polícia Federal nos documentos entregues ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Por sua vez, a base governista no Senado não consegue esconder o mal-estar decorrente da sucessão de recursos matreiros que o presidente da Casa usa para não perder o cargo e, numa instância mais extrema, o próprio mandato. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do partido, em sintonia com a oposição também protestou contra a medida.

No meio da semana, Renan teve a oportunidade de auscultar termômetro de sua cotação no Palácio do Planalto, ao receber o pedido do presidente Lula para não presidir a sessão conjunta do Congresso que votaria a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Temia-se a ocorrência de manifestações hostis do plenário contra a presença de Renan na cadeira presidencial.

Acusado de ter usado dinheiro cedido por uma empreiteira de obras públicas para pagar a pensão alimentícia da filha que teve com a jornalista Mônica Veloso, Renan apresentou documentos suspeitos de fraude para provar que tem dinheiro bastante para cobrir as despesas. A PF vai mostrar quem está blefando.

Voltar ao topo