Barros vê apenas pequenas nuances entre Dilma e Lula

O economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, afirmou hoje que existe uma complementariedade entre o governo Dilma Rousseff e o de seu antecessor, o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na entrega do prêmio Ranking AE Projeções, da Agência Estado, em São Paulo, Barros disse que existem apenas “pequenas nuances” que diferenciam os dois governos. “Nós vemos o governo Dilma mais voltado para o lado da oferta, do lado de quem produz e de quem investe. E o governo Lula mais voltado para a demanda. Então, há uma complementariedade”, afirmou Barros. O Bradesco foi o grande vencedor do Ranking AE Projeções na categoria Top 10 Geral.

O economista afirmou ainda que o principal desafio do País é a inflação. “Está todo mundo esperando que o cenário inflacionário fique mais bem definido, sobretudo na Bolsa. Acho que o nome do jogo é inflação”, disse. Para Barros, se a questão da inflação for superada com sucesso, o ambiente geral de investimentos no País, sobretudo sob o olhar estrangeiro, vai melhorar substancialmente.

Barros afirmou que o Bradesco prevê que o Banco Central faça ainda dois aumentos da Selic (a taxa básica de juros da economia) em 2011. “Mas não descartamos um terceiro aumento”, disse. Ele acrescentou que o governo como um todo hoje tem uma noção clara da relevância do tema inflação. “Isso ganhou corações e mentes dentro do governo. Esse trade off entre crescimento e inflação não esta colocado como esteve, talvez, um semestre atrás. Tanto que eu acho que não há nenhum desconforto em imaginar que o Brasil cresça algo entre 3% e

4% este ano. Nosso número é 3,8% para 2011 e, para o ano que vem, alguma coisa em torno de 4%”, declarou Barros, logo após receber o prêmio em nome do Bradesco.

Barros disse também que na visão do banco, a economia brasileira já está se desacelerando. “Ainda que os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que vão ser divulgados agora na sexta-feira, devam indicar uma aceleração em relação ao quarto trimestre, quando olhamos os indicadores antecedentes do segundo trimestre, eles já sugerem um crescimento do PIB em torno de 0,8%. Portanto, uma desaceleração já está em curso.

“Sobre o rating (classificação de risco de crédito do Brasil, ele afirmou que o Brasil tem potencial de upgrade “num horizonte, talvez, mais curto do que muita gente imagina”, disse.

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